terça-feira, 7 de junho de 2022

trenguinha dos canaviais

 às vezes fico muito confusa. teria de ter tempo para ler todos os livros de uma acentada para cruzar tudo com os detalhes das vozes que inventa e da voz-mor que o sustenta. não tenho esse tempo. mas tenho a vontade de não desistir. essa vontade nasceu um dia e continua a nascer, é um mistério, talvez o desejo que também é o amor seja um mistério; tudo recomeçou assim anos depois - o braço de ferro entre ele que se fez desejo como litoral e eu, que nunca deixei o desejo como o interior para chegar, finalmente, ao litoral. quando vi o litoral e os juntei, qual maravilha por inventar, tive a certeza de que tudo estava no certo lugar: o tal lugar que eu sempre vi só porque senti. eu sinto coisas, serão as fadinhas que me vigiam e alentam.

não posso dizer que correu mal. mas de tudo o que já vi, e vou vendo, onde vai buscar tantos corpos digitais, serão nados-mortos?, pergunto-me eu que sou a trenguinha dos canaviais. 

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