quarta-feira, 16 de novembro de 2022

perdoei. mas não esqueci.

o outro, não sei quem, só sei que li, é que tem razão: tenho mas é de esvaziar as pedras dos outros que carrego nos boldos, são pesos que não me pertencem, ando aqui sobrecarregada e se não me ponho fina já me começam a explorar, era o que faltava, agora já queria, isto porque quer porque quer comprar a casa, que eu desse o meu nome para acrescentar ao dela. sabe-me bem dizer que não, o meu nome é precioso, não o dou assim de bandeja, se não pode comprar que alugue, alugar é bem mais justo e barato, assim não anda a encher a pança da banca, digo eu, disse-lhe eu, sem mencionar que há dez anos, quando eu tive de deixar a minha casa, a única coisa que ela me deu foi desprezo e humilhação. não menciono porque já perdoei. mas não esqueci.

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