quarta-feira, 5 de outubro de 2011
os podres não estão para mimos
ofereceram-me um saco, em plástico resistente, pintado de mulheres, desenhadas em antigo, e de dizeres, ideal para transportar mimos - bolos ou rissóis ou o que levo quando vou jantar a casa de amigas. o destino que lhe dei, logo no imediato, quando os meus olhos lhe pousaram está agora desfeito. enquanto o apreciava com toda a minha atenção, ainda só o tinha mirado ao de leve, por entre o pequeno almoço, descobri-lhe um podre tão podre tão apodrecido que o sonho de ele ser o meu transporte de mimos desfez-se. virei, revirei, tentar perceber ironia ou escárnio, algo que justificasse tamanha desilusão. mas não, está mesmo podre o saco: por entre as palavras desenhadas aparece maçagem em vez de massagem. eu até tentei que o sentido da frase recaísse para o linho. mas não, não há escapatória possível: o suposto transportador de mimos terá o que merece: vou recortar a palavra aprodrecida - e como depois ficará um buraco enorme que retira utilidade ao saco, irá para o lixo e para junto do que cheira mal.
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