sexta-feira, 8 de junho de 2012

da putíssima verdade

pois bem: li ontem de relance uma frase bem curta, o que quer dizer que se não fosse de relance de relance igualmente seria, que levanta a ponta do véu sobre a possível homossexualidade de Fernando Pessoa. talvez, penso, isso explique a misoginia e o anti-feminismo, sim, mas não constitui argumento para a sua putíssima, valente, falta de acção, e de erecção, com a Ophélia. ou a sexualidade não é inteira que abrange ao mesmo tempo, e de igual forma, tanto o corpo como a alma? e ele, tão apaixonado que estava, não se fez homem nem dela mulher porque saciava a alma nela e o corpo noutros corpos, ou num só, iguais aos dele - um mundo de pénis e testículos duros obedientes à vontade alheia? fiquei confusa e cada vez mais simpatizo menos com ele. e ainda bem que ela, a Ophélia, casou com outro. vai-se a ver e o flagrante delitro foi mesmo uma mensagem, em imagem, para mostrar - escondendo - o que sempre escondeu. e se assim foi, ela foi um mero objecto de dilúvio do que ele realmente queria ser e não do que na verdade era - posso pensar tudo, este FP tira-me do sério. mas também li uma crónica do Pedro Mexia sobre a verdade em que se não pode amar a verdade se não se a conhece. agora é que acabei de nomear a confusão miss universo.

(como se a beleza fosse universal. Olinda, ordeno, vai dar de comer aos vivos que isso passa)