quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

garden




de que valem os olhos brilhantes
se de tudo costuram instantes?
de que valem miolos de noz
se tudo o que resta são ecos de voz?
de que vale a estrada pungente
se são muros cortantes de gente?
de que valem os bichos honrados
se são dias os tempos contados?
de que vale a estrela no prato
se o ouvido é de cobra e lagarto?
de que valem as sombras contentes
a luz
pequena manta que o fim encobre
se não sabe
esperta
sempre esperta
se é amanhã que vive ou que morre?


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