quinta-feira, 30 de outubro de 2014

há dias, muitos dias, que começam cedo e inconsoláveis. como pode um casal novo, na casa dos quarenta anos, possuir a falta de conhecimento e de sensibilidade e a arrogância de administrar Ritalina a um pré-adolescente? como podem simplesmente acreditar, sem se informarem, que essa droga cujos princípios activos são da família da cocaína, e outras ínas, vai simplesmente oferecer ao filho um deserto de emoções saudáveis e naturais além de malefícios de saúde física enormes? como podem achar que distracção, alegria e curiosidade pelo exterior da sala de aula são doença? como podem não amar um filho com estas características querendo, à força toda, sossegá-lo, castrá-lo, inibir-lhe a curiosidade e o engenho?

estou inconsolável. não, obviamente, por tornar a ser hostilizada pela minha opinião relativamente ao crime - por ele. apenas pelo menino que durante oito horas diárias deixará de ser ele para ser outro - o outro que os pais e os professores querem: um menino sem a energia vital de se sujar e de se rir e de fazer asneiras e de não querer saber de estar fechado.

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