prometi hoje aos meus colegas de trabalho uma crónica sobre homens e mulheres, vulga guerra dos sexos. decido, entretanto, acrescentar a bonança dos sexos ao mote. mas isso fica para depois porque, em boa verdade, apetece-me discorrer de forma selvagem sobre as guerras do Homem. nem sei bem se faça juízos de valor - não sobre o valor do Bob Dylan - sobre o prémio, o melhor prémio, da literatura. não é de descurar a prosa poética que se trata. trata-se, isso sim, de percebê-la ao milímetro do som. por que raios e coriscos um génio da música, música acrescida de letras - uma espécie de alquimia perfeita por dentro da irreverência, ingerência e (im)pertinência completamente imperfeita - é feito galo da literatura?
percebo. faço por isso. aceito. fico feliz, sim, de ver uma união verdadeiramente perfeita - a das letras com música - ser aclamada. mas precisava de ser assim, a kind of mestre literário, o homem que revolucionou a música lá atrás bem no início da sua já longa vida? o homem não nasceu para escrever, o homem nasceu para criar música, aquela linguagem universal cujas letras apenas acrescentam pitada de magia.
do outro lado lá está ela: a alma das letras que se fazem palavras, a coisa de aquela música sem aquela letra não ser mesmo a mesma coisa. serão todos suspeitos, claro, os que se desgraçam nas letras. voltando à vaca fria: e por que não ofertar um prémio literário a um homem que transpira música quando toda a música tem em si mesma, sem encerrar, uma narrativa? não me parece bem nem mal. antes parece (me), e é, uma novidade estranha que, pelo menos, nos está a dar música.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.