veste-se de lã fina a tormenta
sobretudo abotoado e nos bolsos ardil
calça vida de cano alto
solas de veludo, caladas, quem a vê passar?
e por debaixo vai nua como se água em cantil
em pele e em ossos na rua
tapada p'ra não chorar
é o riso, o choro da tormenta
que de tanto rir já não aguenta.