terça-feira, 15 de março de 2011

acoplar, dizem elas

no início eram as baratas, depois o homem, ou o homem e depois as baratas, já desde as cavernas, e depois tornou-se impossível umas coexistirem sem os outros. na verdade, o que de comum têm baratas e homens e  homens e baratas é a real capacidade de adaptação ao meio.

na verdade, e sempre na verdade porque não minto, a única diferença entre os homens e as baratas é o facto destas últimas nascerem com um par de cercos, nada que lhes seja imposto, com uma função verdadeiramente útil e nobre: olfactar, por um lado, e de serem capazes de sobreviver a um desastre nuclear, ao invés do homem, por outro. de resto, nem ao albinismo escapam.

acoplar, dizem elas sempre em tentativa de amizade; despegar, dizem eles sempre em tentativa de rejeitar a semelhança e provocar afastamento.

(não sei porquê: as baratas, prefiro chamar-lhes carochas, carochinhas, são de trazer por casa)



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