sexta-feira, 11 de março de 2011

deixa a possessividade e não lhe chames crise

os portugueses drogam-se de possessividade todos os santos,  não fosse o nosso rabinho da Europa um país de católicos, dias: querem uma casa comprada, ainda que demorem trinta anos a pagá-la e que essa mesma casa valha, em juros, três vezes mais, para ser deles; querem ter um carro novo e giro - já não se vê gente com carros do tempo da mariacachucha: português que é português tem de ter "uma máquina" para ir lavar e aspirar ao domingo nem que para isso se individe até à ponta.

nunca se viu tantos casais desesperados por um T3 novo, a aguardarem a melhor altura, e a adiarem a alegria porque vivem crentes que a alegria não se aluga: compra-se. e são estes casais que, sem poesia, entre uma e outra queca falam assim: só a Polónia tem mais contratados a prazo do que Portugal, é a crise, e ainda bem que a Grécia rebentou senão passava-nos as palhetas, que crise.

(tu não me chames portuguesa se também te disseres, enquanto estiveres a lavar a viatura ou a mandar a pêra, português. antes disso, deixa a possessividade e não lhe chames crise.)

pega lá disto e mexe-te:


5 comentários:

  1. Que saudades da maria cachucha...
    :)

    ResponderEliminar
  2. conta-me disso, tubarão. mas espera lá: saudades da maria ou da cachucha? :-)

    ResponderEliminar
  3. De ambas as duas, o par.
    Mas sim, quando um gajo fala da maria cachucha e ninguém em redor sabe do que se está a falar invade-nos uma angústia com costela nostálgica...

    ResponderEliminar
  4. e a que cheira, tubarão? :-)

    ResponderEliminar
  5. A bafio, bem vistas as coisas...
    ;)

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.