e o impossível aconteceu (e não, não me refiro ao facto do Alvim conseguir ter em estúdio o Primeiro Ministro, ou um quase-ex Primeiro Ministro, ou o gestor - que está no meio da ponte - da nação, não sei bem o que lhe chamar): quase tudo se perdeu. perdeu-se a oportunidade de conduzir uma conversa interessante com um homem interessante como é o José Sócrates. o Alvim estava nervoso e nem se preparou - apostou no improviso, dificílimo de conseguir, e foi o José quem agarrou no comando (e até aqui ele controlou e não disse se da meo ou da zon) e disse exactamente o que queria. só por isto, por esta exibição de poder, ele já merece ser, não o primeiro, mas o último - o último a sair.
e depois o seu sorriso. José tem um sorriso, rasgado, bonito - um sorriso que rasgou qualquer tentativa de passar a fronteira do que é a graça engraçada da kitschada: mais um ponto, ou mais um voto, a seu favor.
bem visto, e a avaliar pela camisa branco-fraco-tecido do entrevistador, ele, o José, foi um verdadeiro convidado de luxo, sentado num restaurante contemporâneo, a ser servido por um empregado de mesa que não alinhou nem escolheu a ementa. e ficou tudo por conta do apetite do José; e ficou tudo por conta da casa. ora, quando queremos aplicar aquela questão do estou farto de falar de mim, falemos de ti, o que pensas de mim?, não será conveniente fazer o estado da arte daquilo que queremos que quem queremos que diga, diga? pois. e nem com o amor te safaste, Alvim. e nem te safaste quando viste que o José não se estava a safar com o amor. e foi, basica e insufiientemente, isso: não estiveste lá, Alvim. ou não sabes que é preciso amor em tudo o que fazes para ficar tudo feito e não, como ficou, por fazer?
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