quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

nela amo tudo, verdade. até as flatulências mal cheirosas que de quando em vez se  fazem sentir nas pantufinhas cor de rosa que lhe calço sem, pois claro, calçar. amo-lhe a baba e a ponta do nariz pinguço; amo-lhe tanto pêlo moreno e as garras afiadas que m'arranham a face com a gula de mim; amo-lhe o paranço dos dias apagados pela indisposição; amo-lhe os olhos brilhantes e expressivos e contadores de tudo o que me quer mostrar; amo-lhe o rabo abanador de alegria e a língua, rolinho de fiambre tenro, que me acorda e me deita. e quando me dá a pata, esgar espontâneo de mimo, para eu beijar, amo-a porque me derrete.

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