sábado, 20 de dezembro de 2014

olha que descoberta cheia de graça e de curiosidade

puta dum corno, dos diabos freira,
eu me assento, por não mais aturar-te;
tu cá ficas, cá podes esfregar-te
com quem melhor te apague essa coceira;

última tu serás, sendo a primeira
que de mangar em mim se achou com arte;
mas eu nisso mijei que em toda a parte
bem se sabe quem é Clara-Ribeira:

vai-se, surrão, injúrias das mulheres,
vai fornicar na praia, e não se diga
que não achas colhões quanto quiseres:

tanta luxúria os ossos te persiga,
que ainda os mesmos que comeres
se convertam em porras na barriga

(soneto CLXXVII de Antonio Lobo de Carvalho, século dezoito, dedicado a uma freira do Porto)

4 comentários:

  1. Bom dia linda, Olinda!
    Assunto tão pouco natalício... E que por estas Espanhas de bons costumes há tanto tempo vem sendo encoberto!!!
    Não conhecia.

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  2. olá Bernardo.:-) pois, mas a verdade é que - neste mundo - anatalar é um verbo bem mais frequente. eu também não: andei à descoberta. :-)

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  3. Olinda, Descobres coisas "raras" e apetecíveis, à vista.
    Depois de lido, "on verra".
    bernardo

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