sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

cócórócócó sou eu que estou a dizer porque o galo deixou de cantar mais cedo já há uns dias. se calhar o galo de antes é o que agora pasta com as chibas no campo grande que vejo da cozinha. tinha pensado, quando vi, vão-se matar, ou ele a elas ou elas a ele, mas não. cada um vai para um lado diferente, tenho apreciado, mesmo as duas chibinhas não gostam de muita interacção, de quando em vez lá se juntam na brincadeira e mais nada. de maneira que o galo ali, no meio de tanta erva e sem paredes que lhe prendam o cantar, nem pia. tratar-se-á de um verdadeiro macho-galo, concluo, às tantas só cantava de galo lá mesmo no capoeiro onde havia galinhas para o aplaudir. mas também pode dar-se o caso de o seu cantar ter sido sempre, afinal, a cantiga de ralhar para as fazer trabalhar: andai, preguiçosas, cagai os ovos do dia. estou a pensar seriamente que o galo tinha um acordo chorudo com o homem da capoeira e agora mudou de dono. agora o galo que antes cantava cedo é o pseudo pastor das chibas que dele se fartam de rir de sol a sol. anda, galo-macho, cada um tem aquilo que merece.

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