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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

barcos em masturbação

areias gordas, são godos, que seguram as embarcações - mas não seguram as águas que vivem por dentro delas que, agitadas, são mãos a masturbarem corações.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

belgas de alento

águas de limo, que são altas e limpas, molhadas de lábios rasgados: cobrem os montes dos olhos - são belgas, alimento, que correm nas veias do alento.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

musgo do céu do dentro

não cansou: voa, pousado, no escorredor de águas e de tempo, como se voar fosse ficar - em telhados de musgo do céu do dentro.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

pinceladas

madeixas de cor, ai que bom, ai que furor, nos vestidos do verão delas: são pinceladas, ternurinha garrida, que Deus pintou em tronco nu e em chinelas.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

vestido oriental

olhos que vêem sol com chá e céu de caril, são olhos em bico de cheiro e de sabor que querem rasgar o timbre da noite - e o vestido do amor.

domingo, 31 de julho de 2011

gosto, com gosto, senhor agosto

com gosto, a rasgar o céu, vem de nuvem - nuvem à grande vitesse, vem para não ficar: muito gosto, senhor agosto, sente-se um mês, depois prossegue, gosto de vê-lo descansar.

terça-feira, 26 de julho de 2011

doce d'açoite

é o acordar que faz manhã
que faz tarde
que faz noite
é o sorriso do sol que nos cai como doce d'açoite - enche-nos os olhos de açúcar e, ai, a pele:
a pele fica-se-nos barrada, doçura, como se de esperma de luz com mel

domingo, 17 de julho de 2011

purpurinas de sem muro

é o porto mais seguro, a casa do seu monte: nem as janelas e as portam se fecham; nem os tectos tímidos escondem estrelas; nem os verdes parados páram de crescer - a casa do monte é o porto, seguro, das purpurinas dos olhos que vivem sem muro.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

ai, ui, atirem-me água salgada

foi Deus
o que vive no meio do mar e da areia
e do vento
que as searas de peixe semeia
que preferiu a água salgada à água benta
a primeira mexe na pele da belezura
a segunda fica. parada. na benzedura

(ai, ui, atirem-me água salgada)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

prendas estendidas


em dias tranquilos, de céu, como se em risco na tela, como se em pincel na mão dela, nasce a dança em planar: as gaivotas são prendas da vida, perdidas - são asas abertas em altura estendidas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

gomo a gomo

dizem ser a cor do amor, talvez por gomo a gomo se tomar o sabor, mas não tem cor o que no fogo e na água não há - porque é um que afaga o outro: no ontem que foi, no hoje que é, e no que será amahã.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

promessa cumprida

algodão doce, feito à medida do céu, ignora o tempo dos Homens e do futuro: o céu só disse que se faria doce: e cumpriu com o que prometeu.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

coito e tal

ouve-se daqui, toques de ele e de ela - tão bom tão bom tão bom -, quando o mar e a rocha se amam: são os corações a pulsar que, em uníssono, sussurram espumar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

cetim com tule

é, por fundos nunca antes navegados, azul, mistura de doces e salgados, assim: linhas cruzadas em novo, tecido original, azul - mistura de cetim com tule.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

luadeira

em cornos de croissant, lua feiticeira, minga nua. e não, não é erro a nudez fazer minguar: a lua crescente gosta muito de brincar.

terça-feira, 14 de junho de 2011

encantamento

ai como é sensual, sentidos em espiral, o tempo a ficar no branco  - como se cheiro de chuva, com relva, nos dedos: em encantamento ouvem-se segredos.

domingo, 12 de junho de 2011

chama

zelo vigilante desde a base até ao fundo: importa manter a chama - a que chama do eu do mundo.

sábado, 11 de junho de 2011

quase mergulho

terra, ar e água, está quase, está quase tudo para ser um turbilhão, onde está, por onde anda o fogo, que em mergulho se atira à água - ficar em terra e no ar é que não.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

canas de vida

águas fortes, que paradas não ficam, correm - vão, as conchas e as pedras e os peixes, embalar: para que servem as pontes, senão para serem canas que levam ao pescar?

terça-feira, 7 de junho de 2011

pedras celestes

vitrais que são anais do tempo, da glória, pedaços de luz achados sem mestre, memórias de um, de todos: pedras esculpidas da abóbada celeste.