sexta-feira, 18 de julho de 2014
quarta-feira, 16 de julho de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
azarito
até pode ser uma vergonha do caraças - mas eu cá tenho nenhuma. o isqueiro pifou e sempre que vou levar a cadela fumo um cigarro slim de mentol. levo, obviamente, a caixa de fósforos gigante para acender o fogão já que me esqueço de comprar um isqueiro novo. e, ao que parece, não deve ser muito normal - a avaliar pelos esgares de quem por mim passa... ou será porque metade do cigarro fica preto?
apetece-me abba em título de descanso. mal abri a pestana, ainda havia nevoeiro, lembrei-me da minha avó Carolina que me adorava. sempre fui a neta preferida, essas coisas sabem-se porque se sentem. e sentir é o meu reino. certa vez, teria uns dez anos porque sei que estava com a saia amarela que me ofereceu, disse-me assim: eu já estou velha mas ouve bem isto: quando um homem quer uma mulher não tem dúvidas e um dia vais perceber isso. agora estou cheia de saudades do picho que eu lhe fazia e das peles que eu banhava. terá sido nessa altura que comecei a desdenhar das guloseimas: eram sacos que ela me dava e que, esgar enjoado, nem sequer tocava. que saudades.
domingo, 13 de julho de 2014
sábado, 12 de julho de 2014
desde há uns meses que aqui em casa as conversas giram à volta do mesmo: o relato do jornal de notícias de fio a pavio. a coisa começa nos crimes, passa pelos males de saúde e termina com os títulos sobre a cena política. de vez em quando dá-me riso, que tenho de rapidamente disfarçar inventando pontes que justifiquem a risota perante as veias cortadas deste e daquele, não pelos relatos fiéis do meu pai, pelos filmes que imagino: aos crimes acrescento-lhes tragédia e às doenças, romance. quando chega à parte da porcaria do governo já estou em deleite puro nos aerosmith. mas na grande maioria das vezes perco o apetite, não pelos conteúdos em si, pela tristeza que é ter de almoçar todos os dias com este ruído do JN de fundo.
hoje tive uma ideia, durante a saga, para um anúncio: está farto de dietas rigorosas que não produzem os efeitos que deseja? está cansado de fármacos inibidores do apetite? venha almoçar à residência do Freitas, maravilhoso pasto confeccionado em beleza, poesia na mesa, e diga à gordura a mais: sai, anda, que m'ajeitas!
hoje tive uma ideia, durante a saga, para um anúncio: está farto de dietas rigorosas que não produzem os efeitos que deseja? está cansado de fármacos inibidores do apetite? venha almoçar à residência do Freitas, maravilhoso pasto confeccionado em beleza, poesia na mesa, e diga à gordura a mais: sai, anda, que m'ajeitas!
sexta-feira, 11 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
quinta-feira, 3 de julho de 2014
quarta-feira, 2 de julho de 2014
cola-se-me o carinho e derrete-se-me a ternura quando, bem cedo, ela pensa que ainda durmo. mas tem vontade, tanta, de me beijar, e outra tanta de não me acordar, que é lindo vê-la furar pelos cantinhos do ar até à minha boca chegar. é um chegar fininho, leve, cheio de cuidado. depois mostro que já estou viva de novo puxando a persiana, e já sem segurar o riso, do olho e aí começa a paixão colorida. há uma transformação da ternura em paixão e durante largos minutos não existe mais nada para além dela e de mim.
ser amada por uma cadela como ela é uma delícia.
ser amada por uma cadela como ela é uma delícia.
terça-feira, 1 de julho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
Filho de Putin!
As
palavras obscenas são notícia, pelo apelo à não utilização, na Rússia. Em qualquer lugar
onde a arte, e a expressão particular de vida, se faça expressar está decretada
guerra aberta, por força legal, às palavras obscenas.
Mas que pénis são palavras
obscenas?
Vamos dissecar o significado de obsceno mas antes dá mesmo
vontade dizer: filho de Putin!
Quais
os significados do que é ser obsceno?
Contrário
à decência ou ao pudor é a primeira definição onde cabem as palavras obscenas. Ora bem, a decência tem que ver com as maneiras, com o
porte e com a linguagem que se possa utilizar - dizem. A decência anda, portanto, de trela. Não importa,
tudo de fora do âmbito das artes obviamente, se há encenação ou corrupção de
movimentos ou pensamentos cortantes. Mais: pouco
importa se há acções diplomáticas dilacerantes - o que interessa mesmo é o
maneirismo certo que as palavras obscenas não têm.
Multas. Ora quem em uma passagem de um livro estiver a descrever a
expressão de desagrado mais genuína que a oralidade tem que é um, em linguagem
decente, vai-te masturbar pode ter de dar ao estado mil euros.
Já um cidadão que vá na rua e responda com vontade a uma injúria qualquer, terá
de pensar - sim porque a oralidade é tantas vezes espontânea e tradutora
de emoções - e converter: vai para o pénis que dá prazer! Filho
de uma senhora que cobra para ter sexo! Vai
aos requícios dos intestinos!É que a multa é de cinquenta euros por
boca.
Bom, palavras obscenas também querem dizer que são contrárias
ao pudor causadoras, portanto, de embaraço.
Sendo a arte a representação do real através de diferentes narrativas
carregadas de riso ou de choro ou de vergonha ou de medo ou ou - porque a arte
está carregada de vida - restringir a forma de expressão constitui, de facto,
um dos maiores atentados ao pudor que me lembro.
A mesma coisa será estar a dizer que, a partir de agora, a vida,
porque a arte é a vida colorida, vai passar a apresentar ao estado uma
declaração periódica - não mensal nem trimestral - ao minuto.
Esta é uma lei já aprovada pelo parlamento russo e
assinada pelo presidente. Senhora que cobra para ter sexo e deu à luz! masturbe-se!; pró
pénis com Putin!
As
palavras obscenas são ofensa?
Na verdade, comparar palavras obscenas com palavras ofensivas é uma obscenidade do pénis.
Palavras ofensivas cabem naquilo que é alguém dizer-me que se nota bem que sou
uma mulher contida - e não um qualquer piropo que não é sentido mas apenas
expelido. É que se pensarmos todos bem nisto estamos a ter
relações sexuais e mal pagos!
Ainda não há mas vai haver uma listinha com a relação de palavras
obscenas proibidas
na boca dos russos, incluindo dos organizadores de eventos artísticos de
teatro, culturais, educacionais ou de entretenimento - e pessoas singulares.
Não sei se está a perceber que estão a tapar literalmente a boiKa,
e também os olhKos, aos russos...
Mas para quem
aprecia, como eu, as palavras obscenas, aqui fica uma
breve legenda à maneira:caralho;
vai-te foder;
vai para o caralho que te foda;
filho da puta;
vá à merda;
puta que pariu;
foda-se;
pró caralho
estamos fodidos e mal pagos
sábado, 28 de junho de 2014
que é isto, chiça penica?
há gajos que não se enxergam mesmo. e se responder à maneira é pior. ia dizer-lhe para fazer o convite à Manuela Ferreira Leite.
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sexta-feira, 27 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
não é mentira alguma o que dizem, que tenho paciência de santa. mas as santas, digo eu que não sou santa mas apenas lhes carrego a paciência, lá terão os seus limites se viverem com um tirano castrador. e que uma santa me mostre quando ela, a paciência, já rebentada, continua a esticar.
talvez seja a sapiência que rime com paciência derretida. ou com foda-se.
talvez seja a sapiência que rime com paciência derretida. ou com foda-se.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
terça-feira, 24 de junho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
domingo, 22 de junho de 2014
mas o que é isto?!, onde é que vivemos?!, um gajo criminoso anda por aí a roubar e é aclamado por ter uma cara larocas? esta gente está tola. mulheres, aos montes, com comentários no FB onde só falta dizerem que gostavam de ser enrabadas por ele até ao resto da vida. que miséria.
se fosse feio e tivesse ajudado um cego na rua chamavam-lhe corno.
se fosse feio e tivesse ajudado um cego na rua chamavam-lhe corno.
a eficácia da palavra ignorância, quando verbalizada perante alguém, é poderosa. se lhes chamasse filhos da puta, perdia a razão que lhes era cedida automaticamente. como lhes chamei ignorantes, ao casal piroso, trataram de ameaçar de morte e de violência física e de injuriar. se me chamarem ignorante eu rio, mas rio mesmo muito, por saber que não sou e por não ter atitudes que se coadunem com ela - com a ignorância.
a eficácia da ignorância resulta, então, em si mesma, em ignorância. que bela conclusão matinal. e a apresentação de queixa na polícia, por ter conhecimento de gente que quer maltratar animais, também será eficaz - pois produzirá o efeito de mostrar aos ignorantes o quanto os reguladores da ordem pública os considera ignorantes.
haverá maior penalização para um ignorante admitir-se, por força terceira, ignorante?
a eficácia da ignorância resulta, então, em si mesma, em ignorância. que bela conclusão matinal. e a apresentação de queixa na polícia, por ter conhecimento de gente que quer maltratar animais, também será eficaz - pois produzirá o efeito de mostrar aos ignorantes o quanto os reguladores da ordem pública os considera ignorantes.
haverá maior penalização para um ignorante admitir-se, por força terceira, ignorante?
sábado, 21 de junho de 2014
as pessoas andam doentes. há uma espécie de paranoia colectiva preocupante: cumpro as minhas responsabilidades de cidadã em relação à minha cadela: passeio-a com trela e corpete, vacino-a e apanho-lhe todos os dejectos sólidos. no entanto, acabei de ser ameaçada verbal e fisicamente no meio da rua - além da ameaça de morte por envenenamento dela. querem impedir-me de passar em uma rua, alegando que é por causa da minha cadela que têm o filho doente da barriga. mais: insinuaram que por tratar tão carinhosamente um animal devo aproveitar-me sexualmente dele. isto é grave, é ignorante e é perigoso. não sei o que vou fazer mas que me aguardem. as pessoas não têm mais o que fazer senão terem ataques de raiva. que nojo de gente e de mundo triste!
dois momentos tão simples de riso. porque o riso é simples.
sair à rua e ouvir dizer que as batatas do campo não são marelas nem a saber ao cardido como as outras; em casa, apreciar o meu pai a comer sardinhas com faca e garfo, cheio de elegância, e a derreter-me o juízo por eu lhes meter as mãos e lambuzar-me na gordura delas com alegria.
sair à rua e ouvir dizer que as batatas do campo não são marelas nem a saber ao cardido como as outras; em casa, apreciar o meu pai a comer sardinhas com faca e garfo, cheio de elegância, e a derreter-me o juízo por eu lhes meter as mãos e lambuzar-me na gordura delas com alegria.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
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