quarta-feira, 5 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
palavra de honra, da minha honra, que não consigo entender quem diz que depois do desporto não tem fome. é que os preliminares ainda estão a começar, tanto esforço ainda por vir na aula, e eu já só pensou no farnel que deixei preparado e pronto a cozinhar: sopinha de nabiças frescas e quase cruas, arroz sequinho, bifinhos de frango do campo suculentos, legumes salteados a saber a alho e azeite e sumo de melão natural. e depois, ah! e depois!, o meu saboroso slim de mentol que me consola. e com um jeitinho dá futebol e nós, eu e ela, podemos comer sozinhas como era antes: esticada ou sentada no chão ou no sofá, como apetecer, lamber os dedos e ficar com os ouvidinhos livres de lamentos e castrações. que consolo!
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
finalmente que esta senhora vai ser homenageada. confesso que a conheço desde criança e ainda me lembro do cheiro do queijo misturado com presunto, tão bom, da loja dela. ia lá muito com o meu pai e os meus irmãos porque a sua irmã foi, há muitos anos, namorada do meu pai. e, de facto, quanto mais não seja, os filmes que ela faz são de chorar a rir. é tudo tão vernacular que se faz, ou desfaz, em delícia.
não podia estar mais feliz, quer dizer, não será bem assim, podemos sempre estar mais, bem mais, porque acabei de descobrir porquê que ando sempre em órbita parabólica.
domingo, 2 de novembro de 2014
sábado, 1 de novembro de 2014
Fernanda Câncio devo considerar um dominador maléfico o homem que me diz, sempre que me vê a passear a cadela, que se arrepia com o brilho dos meus olhos?
e o outro, o que me disse que devo ter uma cona boa e que era um desperdício o gajo que ia ao meu lado andar a comê-la, devo responder-lhe para ma vir comer ele - equilíbrio do universo - e deixar o gajo que ia ao meu lado, o meu pai, ser ainda mais agredido verbal e fisicamente do que o que foi depois de reagir?
e a outra, a lésbica dominadora, essa aspirante a homem frustrada, que diz que sonha em meter-me as mãos nas mamas, mando-a ir mamar em uma pila?
a viralidade com que alguns textos circulam mete-me nojo. porque as pessoas não partilham porque leem e gostam: as pessoas partilham porque quem escreve tem já a casa feita - mesmo que seja feita, amiúde, de merda. e isto, que se chama sectarismo, aplica-se a quase tudo. haja isenção e verdade na opinião. estou-me cagando para quem diz ou faz o quê só por se a, b ou c.
porque ninguém, ninguém mesmo, no meu reino, tem - sem que me cative - uma poltrona cativa.
e o outro, o que me disse que devo ter uma cona boa e que era um desperdício o gajo que ia ao meu lado andar a comê-la, devo responder-lhe para ma vir comer ele - equilíbrio do universo - e deixar o gajo que ia ao meu lado, o meu pai, ser ainda mais agredido verbal e fisicamente do que o que foi depois de reagir?
e a outra, a lésbica dominadora, essa aspirante a homem frustrada, que diz que sonha em meter-me as mãos nas mamas, mando-a ir mamar em uma pila?
a viralidade com que alguns textos circulam mete-me nojo. porque as pessoas não partilham porque leem e gostam: as pessoas partilham porque quem escreve tem já a casa feita - mesmo que seja feita, amiúde, de merda. e isto, que se chama sectarismo, aplica-se a quase tudo. haja isenção e verdade na opinião. estou-me cagando para quem diz ou faz o quê só por se a, b ou c.
porque ninguém, ninguém mesmo, no meu reino, tem - sem que me cative - uma poltrona cativa.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
ainda sou do tempo que os homens convidavam as mulheres para jantar mas agora não é bem assim. deu a aula e fiquei para o fim, atraso a arrumar as coisas, e dei por mim na sala vazia. vazia como quem diz, só lá estava o professor, eu e o meu suor - sim, porque naquela aula suo como uma vaca deve suar quando anda aos pinchos. sorriso malandro: queres ir tomar um copo no fim de semana? expectante pela resposta que me poderia dar, uma espécie de avaliação matreira, respondo: um copo de quê? surpreendida pela resposta que me deu misturada a sorriso limpo, convenceu-me. pode ser um copo de água.
é que, bem visto, um copo de água pode sair melhor do que um jantar.
é que, bem visto, um copo de água pode sair melhor do que um jantar.
é que nem sequer vai ter hipóteses comigo já que me atacou e hostilizou só porque sou informada e preocupada: a próxima vez que me cruzar com ele em casa dele vai ficar a saber que na origem da desconcentração do filho está a sua ausência enquanto pai e enquanto marido por preferir chegar a casa às nove da noite, quanto mais tarde melhor, e ficar a ver pornografia no escritório enquanto fuma uns charros a chegar cedo e ajudar nos trabalhos de casa, nas brincadeiras e no jantar.
como é que ela se consegue deitar com alguém completamente ausente e moralista e ignorante? como é que um casamento existe sem comunicação e sem partilha do que se sente e pensa? onde é que nasce ali o tesão? não nasce: o tesão dele é o dele e o dela é o dela - nem o dele é por ela e nem o dela é por ele - e de vez em quando cruzam-no. que nojo. e depois admiram-se que os miúdos sejam, na perspectiva ignorante deles, insolentes.
já que levo sempre a fama de meter tudo a arder vou tirar o proveito. talvez aquele gajo de merda ganhe vergonha na cara e deixe de se fazer o que não é e até me agradeça por tantas vezes ser eu a fazer o papel que lhe cabe a ele. e é bom que não me provoque - ou digo-lhe sem qualquer problema que a raiva dele para mim é por nunca ter conseguido meter-me nem a pata e nem a pila em cima.
como é que ela se consegue deitar com alguém completamente ausente e moralista e ignorante? como é que um casamento existe sem comunicação e sem partilha do que se sente e pensa? onde é que nasce ali o tesão? não nasce: o tesão dele é o dele e o dela é o dela - nem o dele é por ela e nem o dela é por ele - e de vez em quando cruzam-no. que nojo. e depois admiram-se que os miúdos sejam, na perspectiva ignorante deles, insolentes.
já que levo sempre a fama de meter tudo a arder vou tirar o proveito. talvez aquele gajo de merda ganhe vergonha na cara e deixe de se fazer o que não é e até me agradeça por tantas vezes ser eu a fazer o papel que lhe cabe a ele. e é bom que não me provoque - ou digo-lhe sem qualquer problema que a raiva dele para mim é por nunca ter conseguido meter-me nem a pata e nem a pila em cima.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
há dias, muitos dias, que começam cedo e inconsoláveis. como pode um casal novo, na casa dos quarenta anos, possuir a falta de conhecimento e de sensibilidade e a arrogância de administrar Ritalina a um pré-adolescente? como podem simplesmente acreditar, sem se informarem, que essa droga cujos princípios activos são da família da cocaína, e outras ínas, vai simplesmente oferecer ao filho um deserto de emoções saudáveis e naturais além de malefícios de saúde física enormes? como podem achar que distracção, alegria e curiosidade pelo exterior da sala de aula são doença? como podem não amar um filho com estas características querendo, à força toda, sossegá-lo, castrá-lo, inibir-lhe a curiosidade e o engenho?
estou inconsolável. não, obviamente, por tornar a ser hostilizada pela minha opinião relativamente ao crime - por ele. apenas pelo menino que durante oito horas diárias deixará de ser ele para ser outro - o outro que os pais e os professores querem: um menino sem a energia vital de se sujar e de se rir e de fazer asneiras e de não querer saber de estar fechado.
estou inconsolável. não, obviamente, por tornar a ser hostilizada pela minha opinião relativamente ao crime - por ele. apenas pelo menino que durante oito horas diárias deixará de ser ele para ser outro - o outro que os pais e os professores querem: um menino sem a energia vital de se sujar e de se rir e de fazer asneiras e de não querer saber de estar fechado.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
ontem, durante uma aula, vomitei-me toda sem motivo aparente. e acabei, mesmo agora, de descobrir porquê: não estava lá, afinal, andava por dentro de mim.
estava a pensar no quanto os pensamentos andam viciados, as ideologias andam viciadas, as relações estão viciadas - e no quanto os não viciados são hostilizados e penalizados. e completamente de repente encontro umas palavras do João Lopes que contextualizam bem aquilo em que estava a pensar sem, no entanto, ser, ou não, nunca se consegue encerrar aquilo que os outros querem dizer, o seu contexto: "(...) o facto de qualquer linguagem comunicacional nascer de um misto de transparência e ocultação, segredo e revelação. Ficamos a saber, assim, que a verdade do factor humano é feita de carne, osso e cartão(...)."
terça-feira, 28 de outubro de 2014
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
estás irremediavelmente apaixonada e ele trata-te como criança?
não julgues, não critiques. escreve-lhe uma carta ou diz-lhe assim escalando-lhe a orelha:
vamos, meu homor, aproveitar ao máximo essa condição. vou vestir-me, nuinha, com os teus polos e as tuas camisas grandes e rebolar-me na terra para depois me despires e me dares banhinho. esfregas-me bem o corpo tenrinho de volúpia e fazes-me espuma no cabelo em madeixas de humidade. depois passa-me creme e massaja-me o ventre com as pontas dos teus dedos sagazes até a pele absorver tanto calor. e depois, homor, deixa-me alimentar-me da tua água fresca de côco - mamar-te todo com a inocência e o arfar da primeira vez. até arrotar. mete-me os dedos na boca molhada e conta-me os dentes; faz-me cócegas nos pés e mete-os todos na boca, dedos felizes e risonhos, até te fartares. e depois, meu homor, explora comigo a fase oral e anal, brinquemos no jardim, até nos derretermos mais de saber em cada vez.
por fim, homor meu, conta-me uma história de embalar e faz conchinha comigo até a manhã chamar com talco do teu.
observação: esta é uma carta heterossexual, naturezas imensamente desiguais, de pura mulher para puro homem.
vamos, meu homor, aproveitar ao máximo essa condição. vou vestir-me, nuinha, com os teus polos e as tuas camisas grandes e rebolar-me na terra para depois me despires e me dares banhinho. esfregas-me bem o corpo tenrinho de volúpia e fazes-me espuma no cabelo em madeixas de humidade. depois passa-me creme e massaja-me o ventre com as pontas dos teus dedos sagazes até a pele absorver tanto calor. e depois, homor, deixa-me alimentar-me da tua água fresca de côco - mamar-te todo com a inocência e o arfar da primeira vez. até arrotar. mete-me os dedos na boca molhada e conta-me os dentes; faz-me cócegas nos pés e mete-os todos na boca, dedos felizes e risonhos, até te fartares. e depois, meu homor, explora comigo a fase oral e anal, brinquemos no jardim, até nos derretermos mais de saber em cada vez.
por fim, homor meu, conta-me uma história de embalar e faz conchinha comigo até a manhã chamar com talco do teu.
observação: esta é uma carta heterossexual, naturezas imensamente desiguais, de pura mulher para puro homem.
atrevo-me a dizer que o mistolin é um dos melhores amigos de quem poema a casa: este caralho deste produto desfaz a gordura dos sítios mais inacessíveis em segundos. e com isto faz-nos sorrir e poupar as unhinhas que são a moldura das mãos.
bem visto mistolin liga bem, pela excelência da intensidade do ritmo e da alegria, com poesia. e com kizomba.
domingo, 26 de outubro de 2014
sábado, 25 de outubro de 2014
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
abrem-se os olhos às três da manhã, sempre às três da manhã, desde aquele dia. faz-me o favor a noite de me acordar do pesadelo. não sei a que horas começa mas acaba sempre naquela parte em que se me abrem os olhos que me impedem de ver a bola gigante, enorme, disforme, e letal, que cospe fogo. é uma bola demolidora, destruidora, má, coisa má, coisa ruim, que dá mau sentir e mau estar e mau viver - e de quem é preciso proteger. faça-se um escudo potente para proteger - afaste-se, ataque-se - a gente!
a bola sou eu; a bola é o que fazem de mim. e por isso a noite misericordiosa me acorda e me faz sal desperto e diserto.
a bola sou eu; a bola é o que fazem de mim. e por isso a noite misericordiosa me acorda e me faz sal desperto e diserto.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
hiper realismo de Robin Eley: uma hiper seca acriativa. mas, obviamente, sem retirar valor ao artista.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
descobri um truque fantástico. o cetim, as fitas de cetim, são imprescindíveis para acrescentar poesia a sapatos, casacos, ganchos, alfinetes e a tudo o que se quiser. mas, até hoje a meio da tarde, havia um problema - sempre contornável mas não de forma perfeita - que ficava sempre mais ou menos resolvido: as pontas. as pontas das fitas, depois de cortadas, esfiam. mas agora descobri como acabar com essa tristeza. anotem aí esta Olindice: como o material é de polyester pode chegar-se o fogo que fica tal e qual uma costura perfeitíssima. que alegria!
isto merece um mimo carregadinho de poesia até aos ovários.
isto merece um mimo carregadinho de poesia até aos ovários.
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