quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

entre morrermos afogados por remarmos contra a maré e morrermos sufocados por remarmos contra nós mesmos, a segunda hipótese - água por todos os lados - fica fora de questão.

domingo, 7 de dezembro de 2014

rojões tenros e macios. não precisa de ser muito tempo antes, pode ser da noite para o dia ou da aurora para o meio-dia, colocar a carne em tempero e acrescentar-lhe um pouco de azeite - mas não é de azeite que parece óleo de tão fino, é azeite espesso. depois é cozinhá-los, há tantas formas, a gosto e comprovar-lhes a tenrice e a maciez por conta do fio de azeite: um mimo de acrescento que se fez.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

ora bem, não me custa nada partilhar que o segredo das minhas pataniscas de bacalhau está no adicionar - à massa de farinha,  água, ovos, salsa, cebola picada e muito bacalhau - um cheirinho de pimenta e de alho em pó e, verdadeiro segredo de fofura, leite.

e como demoram bastante tempo, não a fazer, a fritar convém ouvir uma musiquinha para afastar o enjoo.



a verdade é que quem vive apaixonado, seja pelo que for, pessoas e coisas, inclusive pelo seu trabalho, não vai longe. são outros os parâmetros que contam e são socialmente aceites. puta que pariu a humanidade sem paixão.
enguias de escabeche, pupilas do senhor reitor e carnaval
doçuras e travessuras

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

eu bem sabia que tinha de haver uma boa explicação para os meus gostos exóticos.


são as relações humanas que fazem toda a diferença. enquanto um trata as pacientes por princesas, beija-lhes as mãos, coloca questões para que pensem e deem respostas que ao mesmo tempo as consciencializa - o outro faz uma espécie de frete, queixa-se da vida, exige respostas directas e imediatas: é um bronco.

ora se um merece a devolução de toda a atenção e ternura, o outro merece que lhe lembrem o preço do exame. o outro, este último, merece corar de vergonha para reflectir sobre a sua prática médica e sobre o quanto vale um sorriso quando alguém se vê rodeada de tubos e de máquinas a entrarem dentro de si.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014


o que é feito dos repolhos de antes, que saudades!, aqueles densos que se punham a saltear no tacho com azeite e alho e pimenta e não sumiam? agora são ocos, vou a ver e ficam no fundo do tacho. um repolho inteirinho mal cabe na cova de um dente. estou a exagerar, está bem, cabe na cova mas não cabe em um prato bem cheio sem acompanhamento de hidratos e carne ou peixe. anda tudo marado, é o que é, até o repolho. lembrei-me, de repente, assim: as hortas andam por um fio e no repolho não me fio.

(deixa-me mas é estar calada que com a má sorte que tenho ainda me começam a fazer esperas à porta de casa com sacholas e baldes de estrume e - pior ainda - com unhas cheias de lodo a tocarem-me na pele.)
achei piada ao soldado postiço pendurado na avó: em em vez de falar português, fala googlês.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014


Contabilidade organizada tem exigências legais | Notícias

Contabilidade organizada tem exigências legais | Notícias

Serviços contabilidade em Almada atentos a novo código

Serviços contabilidade em Almada atentos a novo código

Prevenir e Minimizar a Humidade nas Paredes do Inverno

Prevenir e Minimizar a Humidade nas Paredes do Inverno
tive mesmo de parar para vir dizer isto. é cravanços em todo o lado agora? para-se o carro nos semáforos e vêm com ajax limpar os vidros mesmo que não tenham cagadelas; estaciona-se a viatura por dois minutos e pedem-nos um euro para coçarem a micose do vício; pega-se em um bombo e pimba, os escuteiros tocam às portas ao domingo como se a inventarem um santo qualquer; o Paulo Querido aqui há uns meses andou a cravar o pessoal para publicar notícias sem se dignar, sequer, a responder às questões que lhe coloquei como se eu fosse acéfala. e agora a wikipédia anda a cravar, pelo menos, pelo menos note-se, €3 para quem a consulta? que é isto? que cravanço digital é este agora? puta que pariu os moinantes deste mundo. não percebo. só eu borro-me toda até ter mesmo de pedir alguma coisa a alguém.

terça-feira, 25 de novembro de 2014


pilosidades, Dali, carnaval
música e carnaval
peruca a destapar preconceitos
tanto se especula, tanto se diz e nada se sabe. do filme que se ouve, consta-se o pior, prende-se o bandido, lança-se a dúvida e instala-se o medo. e se é verdade? porque pode ser verdade, quero tanto que não seja, tudo o que acreditei, as esperanças que plantei. mas pode ser verdade. e neste momento sinto-me tal e qual como quando vou ao ginecologista, entra uma mão estranha e mexe e depois despe aqui e apalpa acolá, desconforto total, vergonha completa, vontade de fugir, apressar mentalmente o tempo para que outro tempo chegue - o tempo da tranquilidade. neste caso, o tempo da verdade vai ter de chegar - seja uma verdade boa ou má, uma verdade que me destroce ou me encha de orgulho; uma verdade que me dilacere o castelo conjunto e que deixe ficar só o meu, sempre só o meu, mais uma vez só o meu.

estou em dissonância cognitiva: aquilo que eu quero muito não se coaduna com o que está acontecer e em grande parte porque eu nem sequer consigo saber o que está a acontecer.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014


adoro a minha impressora, ai! como me diverte! quando me diz, amiúde, com aquela voz feminina altiva e com sotaque brasileiro: carregue seu alimentador automático; o seu tinteiro está no final, derrete-me de riso. às vezes até repito a operação só para ouvi-la e rir-me toda com ela. é uma boa amiga. faz-me rir e tem sempre presente uma boa frase nas horas de maior dificuldade.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

está bem, há conversas em que não nos livramos que nos chamem de insensíveis e de obscenos. mas que interessa isso se sabemos que dizemos a verdade ao mesmo tempo que isso nos diverte precisamente por ser verdade? a parte positiva, bem positiva, aliás, de chegarmos à idade adulta sem um dos pais é a de só termos de cuidar de um na hora da doença. é ou não é? e a parte mais do que positiva, mais uma, de não ser casada é a de não ter de cuidar dos sogros na hora da doença.
ora já são menos três para aviar de enfermidade. e se isto não dá vontade de rir, uma risota estranha que nem é mau sangue nem mete mel, vou ali e já venho.



também tens coração de pijama?


quarta-feira, 19 de novembro de 2014


mas que coisa piolhosa é aquela que agora pegou no FB de se ofertarem pequenos filmes(?), uma receita igual e reles, como prova de amor e de amizade? é que se alguém ousasse fazer-me uma merda daquelas, desconfio que só tinha vontade de dizer: um sumo com um saco inteirinho de farinha de linhaça e desejar muitos rolos de papel higiénico à mão. que carago de foleirice.

Formação para desempregados: Aprender, Fazer, Resolver

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Empresas de contabilidade imprescindíveis nos negócios

Empresas de contabilidade imprescindíveis nos negócios
como dizer, como abreviar, como ser eficaz: tem inteligências que me emocionam profundamente e, por isso, me apaixonam.

ora aí está. contrariamente ao que por aí corre, a paixão nasce das profundezas.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

pois
ain't no money
conceito miserável de adrenalina
dou imenso valor aos questionários que os hospitais enviam, após as intervenções, para efeitos de qualidade - de outra forma, como melhorar? mas depois, no fim, lá vem a parte da assinatura. não tem mal algum, obviamente, mas podiam ter o cuidado de não dizer que se destina apenas para efeitos de qualidade. o que interessa o nome do meu pai ou do zé do pipo para a qualidade dos serviços e dos equipamentos? acaso vão melhorá-los para que a intervenção deles, a seguinte, seja ainda com mais sucesso - isenta de falhas e de não conformidades? será, isto, verdadeiro falhanço, uma falha na detecção de falhas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

riso, muito riso, por ser uma situação atípica. estão os dois reformados e ela manda e muito: tem uma voz grossa e bastante sonante que sabe ordenar. ele não fala, ou quando o faz é baixinho. e, de vez em quando, a única resposta de vem dela é um cala-te. o homem passa o dia a estender e a apanhar roupa, a varrer o pátio e a fazer recados - pelo menos todas as partes do dia, todas juntas, umas cinco, em que consigo apreciar. e rir, rir para não chorar. confesso que me causa imenso desconforto - tanto a autoridade como a subserviência. a minha vontade é a de pendurá-los aos dois na corda. e ao contrário, até ficarem roxinhos.
nunca quis que ela tivesse bebés pela simples razão de ficar excluída a hipótese de não ficar com os seus tesourinhos todos. isto por um lado. por outro, também nunca quis castrá-la por me recusar a querer tirar-lhe vida, deixá-la seca e apagada - sem aquela alegria tão contagiante. e estas decisões, pode não parecer, estão em perfeita harmonia com o que também ela quer, conversamos pelo olhar. a prova disso foi ainda agora de manhã cedo. ele a rondá-la, anda sempre, e hoje ousou meter-lhe a pata em cima para a montar. qual não é o meu espanto, nunca a tinha visto assim, quando vejo uma valquíria em grito de valquiranga, completamente passada, aguerrida e a espantar o cão-gajo que ousou tocar-lhe sem que ela consentisse. a minha alegria foi tanta que, ao pequeno almoço, teve direito a mais um rolinho extra de fiambre e a lamber três vezes a minha colher de iogurte natural com sésamo.
viva a valquíria valente e vonita!