a música possui um poder incrível, inigualável, mágico. se é verdade que gostar desta ou daquela depende do estado de espírito também não o é menos que é ela que tantas vezes o condiciona. a música remete-nos para o nariz, para os olhos, para a boca, para as mãos, para a vida. e senti-la faz-nos, tantas vezes, sorrir; e senti-la faz-nos, tantas vezes, chorar. a música é, assim, uma espécie de bálsamo para a alma porque não é à toa que nos massaja memórias ou nos desperta desejos. e prolonga-se, o seu efeito, muitas vezes, pelo dia dentro ou por vários até. e depois surge outra que desmontamos até à exaustão para lhe beber o trago da alegria ou da tristeza: dissecamos a música para apurarmos emoções contidas, guardadas ou novas. musicar é tão ou mais importante do que comer ou beber ou defecar - não porque desse verbo depende a sobrevivência - por nos remeter para a essência do que será viver.
e porque viver começa por dentro do mundo do mundo, musicar é preciso.
(hoje, tenho a certeza que não foi por acaso, ouvi esta música. estava a precisar dela para recordar onde a costumava ouvir, rumo à escola na frequência da festival com o meu pai, e transportá-la, fazer a ponte, para os tempos de agora e ganhar força com o que significa ser pai e dar e ser filha e receber. e nem sequer interessa se gosto, sim: gosto muito, ou não - importa que por algum motivo me marcou. obrigada por existires, música.)
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