que coisa linda
as ervas curvam-se e as flores esticam as pétalas
os cães abanam os rabos e arrebitam as orelhas
coçam-se
as moscas procuram o perfume e as cobras fazem-se erectas sem o cochear das curvas
o mar recorta-se nas fímbrias e os rios mudam de fluxo
molham-se
as paredes desenham-se em perda da cal e o chão da estrada acetina-se
renascem
a água ganha cor e o vinho do meu porto envelhece-se a primor
que coisa linda, urtiga de calor
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