só não gostava de não me importar com perdigotos nos espelhos, ignorá-los como fazem os outros, deixá-los secar e vê-los mancharem-nos a pele. isso não. nem isso nem manter as etiquetas intactas, aquelas inoportunas fontes de comichão e de ocupação de espaço que mal me cheguem sabem que serão decapitadas, sorriso estridentemente maléfico em vassoura voadora, sem pingo de misericórdia.
domingo, 3 de agosto de 2014
julgo que as etiquetas me chamam bruxa
gostava muito de conseguir abrir embalagens sem as destruir - assim como ter a minúcia para desenrolar, pela primeira vez, um rolo de papel higiénico sem ter de lhe arrancar cinco ou seis folhas. adorava experimentar soutiens pela via normal, isto é, desapertá-los no início e não no fim. quem me dera conseguir enfiar um corpete delicadamente, apertando colchete a colchete - ao invés de enfiá-lo pela cabeça sempre a pensar que estou a fodê-lo todo e mesmo assim continuar. quem me dera gostar de sacos plásticos, aceitá-los sempre que vou às compras e evitar ficar com a minha mala gorda como uma tomata.
só não gostava de não me importar com perdigotos nos espelhos, ignorá-los como fazem os outros, deixá-los secar e vê-los mancharem-nos a pele. isso não. nem isso nem manter as etiquetas intactas, aquelas inoportunas fontes de comichão e de ocupação de espaço que mal me cheguem sabem que serão decapitadas, sorriso estridentemente maléfico em vassoura voadora, sem pingo de misericórdia.
só não gostava de não me importar com perdigotos nos espelhos, ignorá-los como fazem os outros, deixá-los secar e vê-los mancharem-nos a pele. isso não. nem isso nem manter as etiquetas intactas, aquelas inoportunas fontes de comichão e de ocupação de espaço que mal me cheguem sabem que serão decapitadas, sorriso estridentemente maléfico em vassoura voadora, sem pingo de misericórdia.
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