segunda-feira, 26 de maio de 2014
razões muitas, não faltam razões para o egoísmo, vão atropelando quem por bem tudo faz. e quanto mais tudo se faz mais nos exigem, mais nos calcam e menos nos valorizam. contrariar isto envolve um pouco de egoísmo, de aprender a ser egoísta para não acabar esmagada e cuspida. que triste é esta península cercada de ignorância por todos os lados. menos por um. menos por um.
sábado, 24 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
quinta-feira, 22 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
terça-feira, 20 de maio de 2014
nunca mais
não era como as mulheres da idade dela, pelo menos por fora. aos oitenta anos não usava nem picho nem mise e nem pintava o cabelo de loiro nem o deixava branco, usava os cabelos longos e negros sempre soltos. vestia calças justas pretas e tinha sempre as unhas pintadas de cor de rosa. ouvia mal mas falava bem. quando vim para cá, passei a saltar pela janela uns dias por semana porque ela esquecia-se da chave dentro de casa e chamava-me. entretanto passei a ser eu a esquecer-me da minha durante os tempos, cérebro cansado, mas isso não interessa. depois havia conversa sempre que nos cruzávamos na rua. fazia-me sempre uma festa no rosto e dava beijos à cadela. sempre afável, estava a criar o neto - agora adolescente - desde bebé. agora morreu. nunca mais vou vê-la nem saltar-lhe a janela. nunca mais. é muito tempo. quer dizer, não tive tempo para aprofundar o que queria. e ela, o que guardou de mim? e agora?
cagão
não fazia a mínima ideia de que as reclamações escritas na CGD iam parar ao Banco de Portugal. mas ainda bem que vão - assim o gerente de uma delegação mamou em seco com a minha e devolveu-me o dinheiro de um novo cartão. mas onde é que estamos, afinal? perco lá o cartão e eles não me avisam e só mo devolvem depois de eu ser obrigada a pedir um novo? assim já sabe com quem se meteu, o problema desta gente é achar que lida sempre com ignorantes que se acanham perante o status, o calhorda engravatado a tresandar a perfume. nunca mais me vai esquecer, o cagão.
Misterius...
http://misterius.pt/blog/nao-ha-misterio-os-santos-populares-estao-na-misterius-211/
http://misterius.pt/blog/artigos-para-festas-de-aniversario-marionetas-lindas-210/
http://misterius.pt/blog/artigos-para-festas-de-aniversario-reviva-os-fantoches-209/
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http://misterius.pt/blog/festas-de-aniversario-para-criancas-misterius-tem-tudo-207/
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segunda-feira, 19 de maio de 2014
arrisco dizer que o novo instrumento Dr. Scholl é uma das melhores invenções do século vinte e um: adeus peles mortas! e chatas! e pesadas! que cansam e enfeiam os pés! andar descalça ou de havaianas já não é problema. basta andar um dia, pés especialmente frágeis, para elas aparecerem.
venham peles cabronas!, olé!, venham agora e terei todo o gosto em receber-vos - para depois vos degolar. e sai uma gargalhadinha maléfica e estridente carregada de boa vontade.
venham peles cabronas!, olé!, venham agora e terei todo o gosto em receber-vos - para depois vos degolar. e sai uma gargalhadinha maléfica e estridente carregada de boa vontade.
domingo, 18 de maio de 2014
quer dizer, ligam todos ao fim do último dia do fim de semana. ligam quando não há companhia para fazer, paciência para regar, tolerância para erguer. ligam quando a tristeza já nela se esgotou e a vida parada já sossegou. ficam com o melhor e dispensam o pior, coisa de gente fina, mesmo quando o pior é obrigação de filhos. oferecem-me o pior, sempre o pior. quero o livro de reclamações da vida. já!
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
quarta-feira, 14 de maio de 2014
terça-feira, 13 de maio de 2014
segunda-feira, 12 de maio de 2014
à cegas
coisa estranha: o espelho retrovisor para dentro, por distracção, afinal funciona: estaciono logo à primeira em uma perfeição de admirar. com o espelho, ando à coça com as distâncias até a paciência esgotar e ficar como calhar.
jeitinho
desde que vim para cá morar, as pazes não páram de aumentar. meto sempre acento no verbo parar e vou sempre confirmar pela conjugação. o que é certo é que, mais uma vez, constato que é param. faço assim: quando encontro uma, digo-lhe que a outra disse alguma coisa excelente dela; quando encontro a outro digo a mesma coisa. agora já há sorrisos e troca de conversas quando se cruzam. e até a brasileira do segundo andar já é bem acolhida.
porque os tolos, com jeitinho, também se educam.
porque os tolos, com jeitinho, também se educam.
domingo, 11 de maio de 2014
sexta-feira, 9 de maio de 2014
há que tempos não ouvia isto!
as amarguinhas estudaram comigo. quer dizer, estudar é outra coisa, fizeram umas visitas à universidade no primeiro ano. depois não sei, se calhar andam há mais de vinte anos a tentar gravar outra música. a persistência existe.
nada contra
o que é que eu tenho contra a urina dos homens? nada. nada tenho contra o mijo dos homens - os homens, talvez sejam só alguns, não urinam, mijam -, a não ser fora do buraco das sanitas.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
terça-feira, 6 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
cúmulo da limpeza
os portugueses hoje vão acordar todos mais frescos depois da banhada prolongada a que Passos Coelho nos sujeitou. Portugal foi tão lavado que até o estado social se desfez. não obstante, ainda nos vai pôr a corar ao sol.
domingo, 4 de maio de 2014
sábado, 3 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
sexy
chamo-lhe rodolfo. olho para ele e chamo-lhe rodolfo. acompanha-nos sempre nas voltas que damos, sempre com respeito, e nada faz sem antes olhar para mim em esgar de solicitação de consentimento. quer lambê-la, e lambe, toda. mas ela só deixa aos bocadinhos porque fica envergonhada. tão giro, tão sexy!
quinta-feira, 1 de maio de 2014
risota sobre a porquinha que pensava que vinha à horta
apareceu uma única vez para forrar o papo com boa comida porque lhe deu jeito. durante a casa dos vinte e até meados da dos trinta viveu por debaixo da minha asa: a única amiga que nunca a deixou ficar mal. depois apanhou a asa de um qualquer com quem se amancebou e encheu-se de vaidade.encher-se de vaidade significou fazer um valente poio em cima de mim. passou uma mão cheia de anos e reencontramo-nos lá na cidade do sol e das árvores e da areia e do mar. coração limpo, como parva que sou, perdoei. depois caí em desgraça e perdi quase tudo - tudo menos a dignidade e a força e o bom humor e as lágrimas. desde o natal de 2012 que a única vez que apareceu foi para forrar o papo com boa comida porque lhe deu jeito. fez festas no quintal, muitas, no quintal onde metade do que lá está fui eu que lhe dei, e nunca me convidou. nunca. nunca me deu companhia nem abraços durante a barbárie. nunca. agora sabe que tenho trabalho e é só. mas deve julgar que ganho outra vez rios de dinheiro, como antes, porque não pára de me ligar. liga para o fixo, nunca para o telemóvel. talvez porque no fixo possa justificar a falta de dinheiro, não sei. o que sei é que não atendo: ou porque estou concentrada ou porque não estou ou porque não me apetece. não faz parte das minhas boas práticas ignorar um contacto. mas neste caso dá-me riso. a minha cadela abana o rabo quando me rio bem alto: rimos as duas à fartazana, portanto. e rio muito ao ouvir o telefone tocar e não atender. é uma vontade tão limpinha de não atender que me dá gozo. não é maldade nem vingança, não uso disso, é mesmo espontâneo. e tudo o que é espontâneo só pode ser bom.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
sexta-feira, 25 de abril de 2014
eu que nasci no calor da revolução
não me interessa o que fazem nem como fazem
quando o maior bem é conseguir não segurar o que se pensa,
porque só assim compensa,
pelo receio da censura,
tortura,
castração d'opinião.
quarenta anos de abril, sim,
incomparáveis aos relatos de antes,
às memórias de por instantes.
carregar o coração na boca é tê-lo na mão
: nem que o governo nos roube e nos espanque a alma da nação.
vale o que vale,
o pesar.
porque o que importa mesmo é em abril continuar!
quando o maior bem é conseguir não segurar o que se pensa,
porque só assim compensa,
pelo receio da censura,
tortura,
castração d'opinião.
quarenta anos de abril, sim,
incomparáveis aos relatos de antes,
às memórias de por instantes.
carregar o coração na boca é tê-lo na mão
: nem que o governo nos roube e nos espanque a alma da nação.
vale o que vale,
o pesar.
porque o que importa mesmo é em abril continuar!
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