sexta-feira, 25 de julho de 2014
uma pausa. posso dizer que descobri, a descoberta é sempre epifania, um sítio maravilhoso. seduz-me a completude dos temas e a interacção. seduz-me a partilha. seduz-me a valorização do outro enquanto manifestante de interesse. seduz-me a reciprocidade, não em si mesma enquanto instrumental, genuína.
a sedução é sempre poética: apenas porque tem de ser bela.
a sedução é sempre poética: apenas porque tem de ser bela.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
lá no carreiro das prendas, as da minha cadela apanho sempre, descobri amoras e faço como antes - como antes, quando o mundo não era mau: quando somos crianças o mundo não se nos apresenta mau, ou pelo menos não lhe sentimos os males assim. e apanho quatro ou cinco, ainda frescas de geada, mastigo-as bem até sentir os pequenos gomos estalarem nas covas dos dentes. lá no carreiro há beleza como havia antes.
quarta-feira, 23 de julho de 2014
terça-feira, 22 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
falatiooglar
não consigo caber-me no riso: uma pesquisa de notícias sobre estética oral remetem imediatamente para sexo oral. o Google deve andar carente de língua. eu que pensava que o gajo era um fala-barato. afinal será mais um falatio - barato.
sexta-feira, 18 de julho de 2014
quarta-feira, 16 de julho de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
azarito
até pode ser uma vergonha do caraças - mas eu cá tenho nenhuma. o isqueiro pifou e sempre que vou levar a cadela fumo um cigarro slim de mentol. levo, obviamente, a caixa de fósforos gigante para acender o fogão já que me esqueço de comprar um isqueiro novo. e, ao que parece, não deve ser muito normal - a avaliar pelos esgares de quem por mim passa... ou será porque metade do cigarro fica preto?
apetece-me abba em título de descanso. mal abri a pestana, ainda havia nevoeiro, lembrei-me da minha avó Carolina que me adorava. sempre fui a neta preferida, essas coisas sabem-se porque se sentem. e sentir é o meu reino. certa vez, teria uns dez anos porque sei que estava com a saia amarela que me ofereceu, disse-me assim: eu já estou velha mas ouve bem isto: quando um homem quer uma mulher não tem dúvidas e um dia vais perceber isso. agora estou cheia de saudades do picho que eu lhe fazia e das peles que eu banhava. terá sido nessa altura que comecei a desdenhar das guloseimas: eram sacos que ela me dava e que, esgar enjoado, nem sequer tocava. que saudades.
domingo, 13 de julho de 2014
sábado, 12 de julho de 2014
desde há uns meses que aqui em casa as conversas giram à volta do mesmo: o relato do jornal de notícias de fio a pavio. a coisa começa nos crimes, passa pelos males de saúde e termina com os títulos sobre a cena política. de vez em quando dá-me riso, que tenho de rapidamente disfarçar inventando pontes que justifiquem a risota perante as veias cortadas deste e daquele, não pelos relatos fiéis do meu pai, pelos filmes que imagino: aos crimes acrescento-lhes tragédia e às doenças, romance. quando chega à parte da porcaria do governo já estou em deleite puro nos aerosmith. mas na grande maioria das vezes perco o apetite, não pelos conteúdos em si, pela tristeza que é ter de almoçar todos os dias com este ruído do JN de fundo.
hoje tive uma ideia, durante a saga, para um anúncio: está farto de dietas rigorosas que não produzem os efeitos que deseja? está cansado de fármacos inibidores do apetite? venha almoçar à residência do Freitas, maravilhoso pasto confeccionado em beleza, poesia na mesa, e diga à gordura a mais: sai, anda, que m'ajeitas!
hoje tive uma ideia, durante a saga, para um anúncio: está farto de dietas rigorosas que não produzem os efeitos que deseja? está cansado de fármacos inibidores do apetite? venha almoçar à residência do Freitas, maravilhoso pasto confeccionado em beleza, poesia na mesa, e diga à gordura a mais: sai, anda, que m'ajeitas!
sexta-feira, 11 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
quinta-feira, 3 de julho de 2014
quarta-feira, 2 de julho de 2014
cola-se-me o carinho e derrete-se-me a ternura quando, bem cedo, ela pensa que ainda durmo. mas tem vontade, tanta, de me beijar, e outra tanta de não me acordar, que é lindo vê-la furar pelos cantinhos do ar até à minha boca chegar. é um chegar fininho, leve, cheio de cuidado. depois mostro que já estou viva de novo puxando a persiana, e já sem segurar o riso, do olho e aí começa a paixão colorida. há uma transformação da ternura em paixão e durante largos minutos não existe mais nada para além dela e de mim.
ser amada por uma cadela como ela é uma delícia.
ser amada por uma cadela como ela é uma delícia.
terça-feira, 1 de julho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
Filho de Putin!
As
palavras obscenas são notícia, pelo apelo à não utilização, na Rússia. Em qualquer lugar
onde a arte, e a expressão particular de vida, se faça expressar está decretada
guerra aberta, por força legal, às palavras obscenas.
Mas que pénis são palavras
obscenas?
Vamos dissecar o significado de obsceno mas antes dá mesmo
vontade dizer: filho de Putin!
Quais
os significados do que é ser obsceno?
Contrário
à decência ou ao pudor é a primeira definição onde cabem as palavras obscenas. Ora bem, a decência tem que ver com as maneiras, com o
porte e com a linguagem que se possa utilizar - dizem. A decência anda, portanto, de trela. Não importa,
tudo de fora do âmbito das artes obviamente, se há encenação ou corrupção de
movimentos ou pensamentos cortantes. Mais: pouco
importa se há acções diplomáticas dilacerantes - o que interessa mesmo é o
maneirismo certo que as palavras obscenas não têm.
Multas. Ora quem em uma passagem de um livro estiver a descrever a
expressão de desagrado mais genuína que a oralidade tem que é um, em linguagem
decente, vai-te masturbar pode ter de dar ao estado mil euros.
Já um cidadão que vá na rua e responda com vontade a uma injúria qualquer, terá
de pensar - sim porque a oralidade é tantas vezes espontânea e tradutora
de emoções - e converter: vai para o pénis que dá prazer! Filho
de uma senhora que cobra para ter sexo! Vai
aos requícios dos intestinos!É que a multa é de cinquenta euros por
boca.
Bom, palavras obscenas também querem dizer que são contrárias
ao pudor causadoras, portanto, de embaraço.
Sendo a arte a representação do real através de diferentes narrativas
carregadas de riso ou de choro ou de vergonha ou de medo ou ou - porque a arte
está carregada de vida - restringir a forma de expressão constitui, de facto,
um dos maiores atentados ao pudor que me lembro.
A mesma coisa será estar a dizer que, a partir de agora, a vida,
porque a arte é a vida colorida, vai passar a apresentar ao estado uma
declaração periódica - não mensal nem trimestral - ao minuto.
Esta é uma lei já aprovada pelo parlamento russo e
assinada pelo presidente. Senhora que cobra para ter sexo e deu à luz! masturbe-se!; pró
pénis com Putin!
As
palavras obscenas são ofensa?
Na verdade, comparar palavras obscenas com palavras ofensivas é uma obscenidade do pénis.
Palavras ofensivas cabem naquilo que é alguém dizer-me que se nota bem que sou
uma mulher contida - e não um qualquer piropo que não é sentido mas apenas
expelido. É que se pensarmos todos bem nisto estamos a ter
relações sexuais e mal pagos!
Ainda não há mas vai haver uma listinha com a relação de palavras
obscenas proibidas
na boca dos russos, incluindo dos organizadores de eventos artísticos de
teatro, culturais, educacionais ou de entretenimento - e pessoas singulares.
Não sei se está a perceber que estão a tapar literalmente a boiKa,
e também os olhKos, aos russos...
Mas para quem
aprecia, como eu, as palavras obscenas, aqui fica uma
breve legenda à maneira:caralho;
vai-te foder;
vai para o caralho que te foda;
filho da puta;
vá à merda;
puta que pariu;
foda-se;
pró caralho
estamos fodidos e mal pagos
sábado, 28 de junho de 2014
que é isto, chiça penica?
há gajos que não se enxergam mesmo. e se responder à maneira é pior. ia dizer-lhe para fazer o convite à Manuela Ferreira Leite.
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sexta-feira, 27 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
não é mentira alguma o que dizem, que tenho paciência de santa. mas as santas, digo eu que não sou santa mas apenas lhes carrego a paciência, lá terão os seus limites se viverem com um tirano castrador. e que uma santa me mostre quando ela, a paciência, já rebentada, continua a esticar.
talvez seja a sapiência que rime com paciência derretida. ou com foda-se.
talvez seja a sapiência que rime com paciência derretida. ou com foda-se.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
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