Um
tipo de azeite para cada ocasião é
o novo conceito, à semelhança do café, a ser introduzido por uma campanha da
Gallo. Querem fazer da iguaria culinária uma espécie de Nespresso e o
investimento para esta causa rondará os cinco milhões de euros só em
Portugal. (Estão a querer chamar azeiteiro ao Clooney?)
Nova forma de escolher azeite durante as compras é
motivo de inspiração de nova campanha com uma escala de intensidades de sabor
Uma
escala de sabor e utilizações específicas, à semelhança do café Nespresso, é o
grande objectivo da campanha que está a ser preparada pela Gallo do nosso azeite. Em breve as prateleiras dos
supermercados e das lojinhas tradicionais deixarão uma pergunta no ar e na
cabeça do consumidor já que perante a oferta passaremos a dizer, em vez do
habitual que gallo!, qual gallo?.
O
projecto já vem a cantar desde 2011 com o lançamento de uma nova garrafa de
vidro escuro - a intenção é preservar, valorizando, a qualidade do azeite. A
grande novidade, porém, tem que ver com a criação de uma escala de intensidades
de sabor, a apreciar pelo rótulo, que distingue os vários tipos de azeite:
quatro graus de intensidade de sabor, identificados por gotas (da meia
gota às três gotas) e que distinguem os sabores extra suave, suave, clássico e
reserva. A ideia, desmistifiquemos desde já, é levarmos uma de cada para casa.
Agora
o investimento: são cinco milhões deles panadinhos em azeite para a campanha de
intensidades de sabor só em Portugal - porque depois seguir-se-á o Brasil, a
China e, talvez entre outros, Angola.
O azeite no panorama nacional do retalho: estimular o
consumo, e as vendas, é mesmo preciso... mas será que este é um produto para
todos os portugueses?
Não
que tenham dito desta maneira, obviamente, mas a verdade é que os portugueses
andam a regar o bacalhau e as batatas com óleo que nem sequer deve ser do fula.
Ora isto remete-nos para a triste realidade do país: o azeite, tão tradicional
por cá, está a ser descurado. Mais: o des(Governo), que é um valente azeiteiro,
está a roubar o azeite da mesa dos portugueses. Adiante.
Dados
da Nielson referem que as vendas de azeite no mercado retalhista estão em
queda. Torna-se, por isso, urgente dinamizar e valorizar este produto tão
querido dos portugueses. A grande questão que me surge é se o português actual
da antiga classe média consegue levar para casa quatro intensidades e sabores
em forma de azeite, o que nos remete para um mercado de nichos...
A
comprovar esta minha teoria estão os números: em termos globais 100% das
famílias portuguesas têm azeite em casa e 53% usam-no várias vezes por dia. Lá
está, o em termos globais é uma generalização que cai na sensível metade que o
utiliza...