nunca percebi a coisa de se comprar coisas às prestações com juros - principalmente porque essas coisas que se compram raramente são coisas importantes e de primeira necessidade: são coisas, coisices, que o povo quer, porque quer, ter. são mentalidades. ou melhor, são materialidades. de certeza que no amor o povo não pensa assim: dar e receber a cada dia com juros, por ser importante e valiosíssimo, por ser algo vitalício e, por isso, arduo. pensando bem, as gentes estão para o amor como estão para os plasmas: compram em prestações com juros só para poderem usar, até o novo modelo sair, o comando de 69 canais. depois compram outro e, fodidos, aliam os dois créditos só para poderem dizer que têm plasma, plasma que lhes faz companhia à distância de um sofá. e, depois, perante o plasma, estabelece-se uma indiferença cortante - mas só porque um amigo fala muito no novo frigorífico que faz leite fresco todos os dias. é: o amor das gentes (chama-lhe amor, chama; chama-lhes gente, chama), tem muito de electrodomésticos. só que, neste caso, o povo compra-o a pronto, com manual de instruções e com garantia de dois anos - é o regime consumista ideal de uma sociedade perfeita. e o comando é, não meo, teo.
(vou vomitar e já volto)
No que respeita à casa, fica mais caro pagar uma renda.
ResponderEliminarÀs tantas é por isso que a malta...
:-)
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