não posso espreitar, eu sei, as vidas por dentro das janelas
mas posso fazê-las em vidro,
transparentes,
damas antigas em vestidos centrados nelas -
ou pássaros, gaiolas de pé, que aguardam as sementes do frasco escondidas do gato Mané
virtudes em cada canto, defeitos a aspirar,
às casas limpa-se o pó do chão até ao tecto
e só o verbo amar fica ilibado,
de tão usado, de tão rendido,
uma exaustão que não cansa
e ele chegado fecha a porta ao gato
descentra-lhe o vestido, botões a mais,
liga a música, com os olhos amansa, enfim,
permitem-se ao fim do dia, o deles começo, o início de uma dança
Tadinho do gato.
ResponderEliminarC.S.
então porquê? :-)
ResponderEliminarFicou à chuva.
ResponderEliminarC.S.