participo, amiúde, em campeonatos e concursos de escrita. da última vez, uma obra de oitenta e muitas páginas que ao que parece seria a vencedora foi excluída pelo júri através de uma metodologia muito simples e eficaz: alteraram alguns items do regulamento a que estava sujeita e passei, sem sequer ter conhecimento a não ser por conta própria à custa de muita curiosidade irrequieta, a estar fora da avaliação por não ter idade até trinta anos.
não fosse eu suficientemente convencida do meu talento e da minha raridade enquanto mulher, porque são as pessoas que dão dignidade às obras e não as obras que dão dignidade às pessoas, a minha pudicícia aplica-se a muitas outras coisas que não estas, estaria agora banhada em choro, estima rasteira, de manifesto. mas não: eu quero que todos os culpados, que vêm ao caso, de serem corruptos vão apanhar no cu com um ferro bem quente e que restem queimaduras irreversíveis que os façam sangrar, até com um simples e leve flato, até ao fim dos seus dias.
(obrigada aos autores das fotografias que tão carinhosamente se deixaram escrever e obrigada ao grande Rentes de Carvalho pelo maravilhoso elogio que me ofertou)