o sns deu-me uma médica fantástica, adoro-a. também porque tem nome de fruta vermelha, sorrio. como passei uma vida inteira sem fármacos, agora quer ver se a repentina diabetes me está a fazer estragos e então pediu, pediu e logo se apressaram a satisfazer-lhe a vontade, a vontade como uma ordem, que me metessem em uma espécie de caixão psicadélico para ressonar a frequência e intensidade nuclear. amanhã bem cedo, passará pouco depois das oito e meia, serei uma camundonga, portanto. estou ralada de preocupação porque não sei ainda como vou conseguir, se não tem janelas para abrir, como vou respirar. terei de me transportar para um campo com o riacho e as flores e as borboletas que me hão-de pousar no ombro e no nariz. depois tentarei subir à árvore que pintei e com o coração bonito e brilhante nas mãos, não será fácil mas está decidido: serei uma camundonga amorosa e livre, ebriamente embriagada e feliz.
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