pode-se dizer que sou pacificamente aguerrida, pois claro, quando mexem com aqueles que me são queridos, ai carago, o meu sangue começa a ferver, sobem-me uns calores irrequietos, as tripas começam num fandango, agora que penso nisso se calhar terá vindo daí a expressão tripar, como estava a dizer, começo a tripar e quando vou a ver já está tudo no caminho certo. e o caminho certo é aquela coisa que fazemos quando sabemos que não tem retorno: defender com unhas e dentes e o que mais houver os queridos. era o que faltava, à minha frente - que eu veja ou ouça ou leia - ninguém diz ou diz que disse mal do meu querido, é ver a minha mansidão transformar-se em um leixão de força que ampara a onda, um tufão, uma tempestade que limpa tudo o que está à frente e atrás e nas fímbrias e nos arredores. fui sempre assim e hei-de ser. quem lida comigo todos os dias até diz que os meus olhos falam. e quando me tripo, dizem que é fogo que dizem os olhos meus. ora muito bem, isso deve querer dizer que meto tudo a arder. pois que arda. mas e se ele se passa com este sangue ardente que mata o fedor dessa gente?? olha, meu Viço, se ele me ouvisse dizia-lhe assim, como estava a dizer, olha, meu Viço, passa-te à vontade porque o meu sangue nunca vai sair de mim. fogo, vem mesmo a calhar, fogo, quem me dera sentar-me no seu regaço, encostar a cabecinha e depois também roçar-me todinha nele, no tal regaço. chama-lhe regaço, chama, agora fizeste-me rir, moça.
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