se o primeiro impacto é de desconsolo o segundo e o terceiro, marinada completa, vem justificar o desconsolo que nem sempre é negativo. temos uma longa metragem aos pedaços, narrativas de narrativas em momentos, lugares e emoções - temos uma espécie de poesia explícita em prosa obtusa no sentido geométrico se entendermos o filme, não como um quadrado, como um triângulo que se quer o amor: os três lados que emborcam em apenas um só, o nós, havendo um eu e um tu. universalidade bem conseguida pela mudança constante da língua, são os silêncios que mais alto falam naquilo que é o amor que ama e que odeia por amar e que odeia amar. o desconsolo vem dos vazios que poderiam bem ligar os pedaços, aquela massa cremosa de que também é feita o amor, quando amar serve - não para esvaziar- simplesmente para encher. interessante focalização no feminino e nos pormenores já que o amor, que é forte, é feito de filigrana frágil tal e qual mulher. e é por isso que o aportuguesamento do título me parece bem: o que é, senão uma maravilha, a essência, o que sem resquícios de evidência porque só se sente, o sítio onde nasce o amor - aquilo que não é construído nem pensado e que brota do coração para as veias e nos ataca os ovários e os rins e as pudendas, e até as unhas e os dentes. é amor daquele que não se vê nos filmes mas apenas em um esgar na linha daquele poema ou na esquina da memória daquele sentir ou, melhor ainda, que ainda está por vir.
sábado, 22 de junho de 2013
a essência do amor
se o primeiro impacto é de desconsolo o segundo e o terceiro, marinada completa, vem justificar o desconsolo que nem sempre é negativo. temos uma longa metragem aos pedaços, narrativas de narrativas em momentos, lugares e emoções - temos uma espécie de poesia explícita em prosa obtusa no sentido geométrico se entendermos o filme, não como um quadrado, como um triângulo que se quer o amor: os três lados que emborcam em apenas um só, o nós, havendo um eu e um tu. universalidade bem conseguida pela mudança constante da língua, são os silêncios que mais alto falam naquilo que é o amor que ama e que odeia por amar e que odeia amar. o desconsolo vem dos vazios que poderiam bem ligar os pedaços, aquela massa cremosa de que também é feita o amor, quando amar serve - não para esvaziar- simplesmente para encher. interessante focalização no feminino e nos pormenores já que o amor, que é forte, é feito de filigrana frágil tal e qual mulher. e é por isso que o aportuguesamento do título me parece bem: o que é, senão uma maravilha, a essência, o que sem resquícios de evidência porque só se sente, o sítio onde nasce o amor - aquilo que não é construído nem pensado e que brota do coração para as veias e nos ataca os ovários e os rins e as pudendas, e até as unhas e os dentes. é amor daquele que não se vê nos filmes mas apenas em um esgar na linha daquele poema ou na esquina da memória daquele sentir ou, melhor ainda, que ainda está por vir.
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