ontem li que o derradeiro prazer dos homens é o sexo e o assassínio. talvez seja verdade, mas não creio, se pensarmos no que é o sangue, porque será o sangue a fazer toda a diferença. pode fazer-se sexo sem sangue e matar sem sangue. em ambos, sangue e prazer, há vitalidade, alegria e entusiasmo - o que pressupõe vida e não morte. então, embora não use pénis senão quando ando em reflexões, não me parece que seja verdade. eu diria que o derradeiro prazer dos homens será o sangue do assassínio do sexo - do sexo que ejacula por mera fricção, que é um sexo morto, será matar esse sexo morto e fazê-lo orgasmar-se de sangue - de vida. e a vida não passa em segundos de ejaculações expelidas: a vida vai ficando, e crescendo, também, pelos momentos de orgasmos absorvidos. o sangue, a vida do sexo, é coisa de fora para dentro - e não, ao contrário da vida dos afectos, o contrário.
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