uma coisa, já aqui escrevi um dia, será permitir que a minha cadela se liberte em locais onde os passos são constantes. outra, bem diferente, é deixá-la solta e livre a cagar onde lhe apetece em locais reservados, calmos, onde um poio faz a alegria do dia. o jardim aqui do condomínio é privado, uma mistura de árvores e relvas selvagens em que os dejectos do tamanho do meu dedo mindinho ajudam as castanhas a crescer e até as criancinhas que lá vão a saberem a diferença, na cor e na textura, entre a merda humana e a dos outros. é saudável, tão saudável quanto os poios gigantes dos bois e das vacas nas aldeias. por estes dias, uma vizinha cusca que andará a observar a alegria conjunta, a dela que caga e a minha de vê-la cagar, veio ter comigo e pediu-me que apanhasse as pequenas cagadelas porque os netos queriam brincar e tornara-se um incómodo. disse, obviamente, que sim, que não me custa apanhar apesar de não concordar e de me parecer algo ridículo até porque quando chove de um dia para o outro se desfaz e quando faz sol logo seca. qual não é o meu espanto: chego lá e deparo-me com o local cheio de papéis de rebuçados e pacotes vazios de leite no chão. falta de cidadania é isto, homessa, não é conviver com poios saudáveis.
decidi, entretanto, apanhar a lixeira que lá estava e não apanhar a merda da Valquíria. veremos quem tem de aprender o quê.