não gosto nada, detesto, de ouvir chamar velhos. o que é isso de velhos e relhos, bocas que deviam estar cerradas pelo odor que desnudam. obsoleto é quele que não vê na pele flácida e no cabelo que cai a sabedoria; velho é aquele móvel carcomido pelo tempo e pela saudade de ter guardado vestidos floridos da senhora; velho és tu que não vês no sorriso desdentado uma alegria, uma quentura. velhos são os teus intestinos que já estão podres de tantas fezes reteres. vá, caga-te todo, tu que não sei quem és mas que és aos montes, caga-te pelas pernas abaixo para perceberes o merdoso que és, o medroso do tempo que tem medo que o tempo goste de te ver passar.