!ai! como eu queria
conseguir lamber-lhe os medos
(e os meus também)
deitá-lo na minha confiança
sempre acabadinha de lavar
perfumada nos lençóis
abrir-lhe as minhas janelas amarelinhas de tule
levezinho rio para lhe dar o mar
e tirar o cor de rosa ar
(suspiro)
cozinhar-lhe petiscos ao ouvido
e ao pé
apurar o caldo que nem eu lembro como é
não
não posso ter esquecido
(eu sei)
se está pois por descobrir
(!rapariga!)
essa poção mágica que eu sei
que só sei sentir tratar-se de sem igual elixir
e depois embrulho beijos atrás de beijos
e rego-me como se fosse a chuva vermelha no quintal
imagino as flores acabadinhas de colher
frescos aromas que percorrem a pele e os montes e o feno
de alegrias juntinhas e justinhas que fazem coro e me fazem corar
cabelos de fazenda que nele se enrolam só para ele os afastar
fio.a fio
tão curto só pode ser o meu pavio na maratona de o rolhar
depois os meus olhos são dragões
(pois claro)
nada é morno
(era o que faltava)
fogo que amanhece e anoitece logo no início do beijo em flor
esse beijo carregadinho de pejo bom muito bom
presciente leão desejo
arrebatador saxofone como se fosse marmelada com queijo
na regueifinha apimentada de caril d' amor
é a fruta da árvore do meu desejo doutor
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