o tempo passa tão rápido que deve andar de sapatilhas, franze-se-me a testa, ainda parece que foi ontem aquilo de há muito tempo e, ao mesmo tempo, parece que é há uma eternidade o que lhe conheço, o que lhe sei como se não precisasse de saber, o que não sei como se já soubesse. tudo é estranho sem ser estranho, estive a costurar, a inventar um forro de bolso onde não tinha por onde agarrar, ficou defeituoso mas agora está um bolso, antes era um buraco disforme, agora consegue segurar o que lá se meter se não for uma mão inteirinha a descansar, paciência, é como está e vai ficar, apetece-me ter preguiça de abrir outra vez para depois fechar. mas o que eu quero dizer é que estou sempre a costurar invenções, o que será de mim sem as invenções neste mundo que chora sem parar e não deixa a roupa secar e depois seca para se molhar. pois claro que tenho de inventar, amanhã já é segunda feira outra vez, gente muita a falar e a olhar e o dedo a picar e a corrida nos passos e no pensar.
mas ainda me resta a noite, ouve, ainda te restam as fadas, a costura que costuram em mim, essa invenção que me dão para eu inventar para quando eu acordar ter um ramor intacto crescente, como se até o choro fosse sorridente, !ai! rapariga, não há explicação em solo inteligente, não sei como contar. só sei sentir, só sabes sentir, tonta.
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