muito, muito. estou sempre a pensar muito: por que razão não reinventa o 12 de maio de 2021 e diz: agora que já nos vimos, podemos ver-nos muito melhor, gostava muito. também podia ser eu a dizer mas tenho medo de não ser querida por si, de não querer isso e ignorar-me e depois vou sentir-me exactamente assim: culpada por não ter culpa alguma, vou morrer a chorar, ficar ainda com mais seborreia destes nervos de aço que parecem estar de cristal, vou sentir-me ridícula e uma minhoca com o corpo cor de rosa sem ossos e achatado com as tripas a esvaziarem tudo no ar. mas será que pensa que eu sou uma cola, uma mitra, uma ladra ladrona de liberdade, mandona e arruaceira? será que acha que não sei que pode não gostar dos meus olhos ou do meu riso ou dos meus joanetes que agora andam sempre ao léu ou do cheiro dos meus poros ou de me ver comer ou como falo ou como dançam os meus gestos ou do meu braço? será que acha que eu acho que as coisas não são como são? !ai! de mim, olheiras até aos joelhos de sonhos mesmo ruins a dormir, depois acordo a chorar e tenho de me enfrentar triste e por vezes zangada e pequeninha. porque ficamos mesmo pequeninhos, miniaturas de miniaturas de anões, caganitos, quando pensamos que de quem gostamos não gosta de nós.
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