fiz o serviço que tinha a fazer e fugi, andei muitos quilómetros porque queria um lugar deserto com flores e mar. encontrei e tirei as melissas e desapertei o botão das calças vermelhas e os colchetes do sutiã também e do carro fiz uma cama com vista para o mar com cor de nevoeiro, o mar estava com cor de nevoeiro, decidindo deixar cair as lágrimas como se fossem parar, e pararam, em um boeiro. estava fresquinho como gosto eu e adormeci com as asas levantadas e as pernas atiradas para a janela e o volante, pé na brisa, eu acho que o céu me disse que estava bonita ou talvez estivesse um pedacinho a delirar antes de me aterrar. depois de ressonar, eu ouvi-me e acordei, senti-me levezinha e com bicos de passarinhos a passearem-se nos lábios como se fosse, efoi, o sorriso a rasgar. regressei, estive de volta. e ao fim do dia, mesmo a chegar a casa, Olinda, tenho boas notícias, o seu carro chega este mês, já está a caminho.
agora quero muito sonhar com rele. e com o elefante também; o carro fica para sonhar amanhã ou depois.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.