resultou o que fiz no teu braço, perguntou-me ontem por sms a minha amiga O, não, desta vez até acho que piorou, respondi com a sinceridade que pode ferir, eu sei, mas não há outra maneira de dizer. mas comecemos do início, porque no início é onde se percebe o fim, o fim salvo seja, adoro-a e vou continuar a lá ir. a última vez que as visitei, eu acho que as desgraças que se sucedem na terra delas têm que ver com tudo, a ucrânia está a arder e em dilúvio ao mesmo tempo, como estava a dizer, talvez porque no dia anterior ficaram a saber que na cidade delas há pessoas a dormir nos telhados, encontrei-as a feder, todas cheiravam mal, roupas encardidas, a casa parecia uma pocilga, o sítio onde me sento para almoçar pegajoso, o chão cheiinho de lixo, a casa de banho mais parecia a retrete da gata com tanta areia e cagalhões que povoavam o ar, enfim, e o almoço era uma sobra lá da taberna onde agora a O trabalha como cozinheira de arroz pica no chão. quando me ligou e perguntou, gostas de arroz de cabidela, adoro, disse-lhe eu, não me passava pela cabeça que era uma sobra que congelou depois de tirarem o frango e de lhe adicionarem uma coisa qualquer para o arroz esticar ainda mais. não como isto, desculpa, e salvou-me a melancia que levei no cabaz de compras, levo sempre, que encheu a minha barriga por breves instantes. mas antes, pedi-lhe que me fizesse a massagem na epicondilite, ela faz bem, e achei estranho porque molhou os dedos em água, rodou-os no osso e bufou, o que é isto, pensei na hora, ela hoje está pirada de todo, estão todas, não devia ter cá vindo. de maneira que talvez seja o sofrimento pela ucrânia que as transtornou, aquele caos fedorento meteu-me nojo e agora estou a fazer um esforço para querer lá voltar na próxima semana. vou conseguir.
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