ainda quando sequer fazia ideia de nada havia um encontro que ficou pendente mais de uma década, uma promessa mentirosa que nunca cumpriu. porque sempre que chegou o outono eu avisei que chegou, eu disse estou aqui, não me esqueci. e os anos passaram sem nunca me ter dado qualquer importância. agora está tudo igual. eu continuo sem o encontro como se valesse nada. porque os encontros servem para se fazer luz, não escuridão. talvez eu ainda não tenha percebido bem: não há encontro, nunca haverá, só há jogo, és um jogo. deliberadamente joga e fica feliz, não vejo que fique triste, também só mostra e esconde o que quer, lá está, é um jogo. e onde está aquilo de que sou feita e de que não abdico, sinceridade e transparência? pois, Olinda, não está, nunca esteve, lembro-me de cada conversa que se arrastou durante anos. lembro-me das lágrimas que derramei cada vez que esperava durante horas por uma resposta que não chegava. nunca cheguei a ser, nunca chego. e é isso que não lhe é importante: o sofrimento que me causa não lhe importa, nunca lhe importou. nada mudou. é diversão de luxo do talvez e reticências vazias. do lado de lá da torre de controle. com um jeitinho ainda há-de ter coragem de dizer: inventaste tudo, desilude-te, criaste uma ilusão.
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