My Dream, 1947, Foujita Tsugouharu
o escuro estava deserto e terá partido para lugar incerto no dia em que o mundo acabou. restou a luz, despida e omitida de vacilar. chegou e espreguiçou a calma, sossegou o olhar e refastelou-se no sentir enquanto, magistosos, os outros procuravam - cobrindo-a - cobrir-se. terá masturbado a esperança, diz-se, e apimentado o riso em concerto das suas vozes tão diferentes, vozes que falam pelos olhos e respiram pela sabedoria, e iguais. decidiu prolongar a luz adormecendo como quem carrega um punhado de areia entre os dedos que nada querem segurar e assim ficou, obdurada de sonho, a aguardar uma história que começasse: foram muitas, imensas, vezes.
Pergunta-se qual será a intenção daqueles animais transvestidos de homem? e os risos em concerto, serão risos nervosos, excitados ou maléficos? é um leito ou prepara-se um banquete?
ResponderEliminarM.
interpretação livre, claro.
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