segunda-feira, 8 de abril de 2013

o nome da rosa



ter a rosa, conceito universal e particular, no nome é fantástico. e é fantástico porque começa logo por levantar a célebre questão: os conceitos são reais ou apenas palavras? realismo, existência objectiva, conceitualismo, representações intelectuais, ou, pura emissão fonética, nominalismo?

Umberto Eco, no romance, relembra precisamente a problemática entre o que é essencial, existência única na realidade - e por isso mortal, passageira e transitória -, e universal enquanto conceito imortal, eterno e imutável. ora está-se mesmo a ver que no meio de tanta contradição, como teia de delícia da descoberta, o nome da rosa dado a alguém merece destaque: é que do universal para o particular apanha-se a imortalidade mortal do eterno que é passageiro e também imutável na sua essência. complicado? não, nadinha, são simplesmente assim as teias - por isso é que apenas as aranhas as sabem, e conseguem fazer.

os nomes têm sempre uma narrativa por dentro dos nossos, e aos dos outros, olhos. e é por isso que é preciso parar para pensar no que eles sempre nos contam e sugerem: navegar nos nomes é preciso.

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