prevaricação
nossa paisagem borrada
nosso sonho esmagado
a nossa casa perdida
a nossa fé esmurrada
nosso sangue roubado
e agora, e agora, onde vamos respirar?
(arfar, arfar, a esperança está a arfar)
dias a passos, viver de frete
contas a monte
jornal na retrete
passagem desfeita
paisagem perdida
sonho roubado
e agora, e agora, onde está a vida?
(arfar, arfar, a esperança está a arfar)
amoras na mira
ossos mirrados
a coragem suspira
abismo à espreita
sol roubado
ventos de direita
e agora, e agora, quem refaz a cama onde o povo se deita?
(arfar, arfar, a esperança está a arfar)
fel no sono
azedo acordar
andarilhos, socalcos
um pesar o deitar
andaimes travados
altura qu'encurta
sobressalto qu'enfeita
queda que perdura
e agora, e agora, onde pára a fartura?
(arfar, arfar, a esperança está a arfar)
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