antigamente, em outras primaveras, as pombas - gosto de pensar que eram pombas e não pombos pelo cariz intuitivo da coisa - levavam as cartas de papel fininho em um tubo amarradas a um pé. e, pelos céus, carregavam as boas e as más novas. naquela altura, o centro de triagem postal situava-se mesmo ali no jardim ao lado do pão ainda quente e da merda do cão. uma delícia. e a ninguém passava pela cabeça mandar a pomba levar veneno a quem quer que fosse - metia-se estricnina na sopa de um vizinho ou familiar próximo -, antes eram as pombas que cagavam, d'alto, nos chapéus. a globalização, imagine-se, veio fazer dos venenos armas bioterroristas e até já querem chegar a um senador dos EUA.
pois é, estou desolada, o mundo já não é das pombas e nem o óleo de mamona, rícino, é utilizado para provocar os partos.
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