nunca me hei-de cansar de dizer que as mulheres são umas cabras. e são ainda mais cabras quando percebem que eu não sou cabra, é assim uma espécie de serem - em frequência acumulada - pela inveja de eu não ser mas de ver que são. abri as pestanas, demorou tempo mas abri. porque lá, na montra para o mundo, tudo o que se disser com o nosso nome e com a nossa pele, fica para sempre - uns copiam, outros inspiram-se, outros desdenham, outros julgam, outros abusam e nada, nada, vale essa consumição e essa consumibilidade quando somos livres para dizer o que queremos mas não o suficiente para gerirmos as consequências do que dizemos no trabalho, no trabalho onde não podemos dizer o que queremos a quem queremos.
de maneira que tudo o que eu dizia era um saco de balas que usavam contra mim - tentavam decifrar-me com todos os perigos que isso implica e a minha vida era ainda mais difícil. tudo era aproveitadi e reaproveitado e utilizado e reutilizado. espera lá, se eu me calar elas - e depois eles por elas - ficam a saber o mesmo e a navegar na maionese e a patinarem nos comportamentos ensaiados que costumam ter depois de eu me dar a ler. pois. e depois, também se acabou a musa dos mamões - dos que são fina flor e que sempre me desdenharam, os mesmos que também me copiavam e brilhavam.
que bom, agora é que eu respiro bem de flor em flor. até nisso ele me é amor.
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