adormeci de barriga para baixo agarrada à almofada a abraçá-lo, como sempre abraço, adormeci como uma princesa. as mãos que escreveu ficaram a bailar por cima da covinha das lágrimas e do ranho. ah, pois, mas é essa covinha que te safa, menina, essa covinha e o tanto que despejas dos intestinos logo quando acordas, como se adormecer e acordar fosse, e é, guardar o melhor e expelir o pior. de maneira que lágrimas e cagalhões perfazem o mote perfeito da minha existência.
o que eu gosto dele no que vi sem ver sem conseguir justificar não é de acreditar, é daquelas coisas singulares todas no plural, todas a multiplicar e a somar que tenho de dividir para não me subtraír. é uma estranha clareza e uma inevitável leveza natural e fundamental, uma palpável força transcendental e um brilho de estrela cadente com cheirinho de pasta de dentes de mentol tal e qual como acho eu a que sabe o sol pudesse eu o trincar depois de o estrelar como se faz com as omoletes ricas em salsinha e queijo. ainda tenho tempo de reler mais uma vez para gravar mais umas expressões que me fazem cantar no caminho do asfalto que sou obrigada a calcar.
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