sábado, 16 de julho de 2022

ter um mundo limpo pela minha mão

eu digo, eu digo o que aquelas porcas andam a comer: arroz com atum em óleo, pataniscas de chouriço corrente, mixórdias pré-cozinhadas descongeladas no microondas, calamares murchos com batatas fritas de presunto. é que é cada porcaria pior do que a outra que me dá nojo e exclamação. e depois ficam a olhar para as minhas sopas e para o resto que não é restos, que antecedem sempre o resto, o resto que leva tempo a preparar de véspera, pois claro, é preciso dedicação para cozinhar e para comer. ora isso explica bem a forma de estarem e de serem e de trabalharem: estaão e são e trabalham em óleo, chouriço corrente e descongelação à pressão. são porcas. e a porca-mor, que esta semana esteve de férias, vai regressar para festejar a porcaria - mesmo antes de sair percebi que receberam mensagem comum, reservaram-se sem me chamarem na copa, receberam instruções para a semana que se segue que tenho de vencer. 

porque vencer pode ser simplesmente aguentar, inibir a perturbação. mas isso é muito pouco, tão poucochinho, para quem deseja, como eu, ter um mundo limpo pela minha mão.

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