havia dois homens - um de aparência cuidada que falava ao telefone durante uma relação sexual (o que é uma relação sexual? se uma relação é uma ligação então neste caso não havia visto que a mulher desandou o traseiro da cama e, ao telefone, o tal homem continuou mecanicamente os movimentos de vai e vem) queca e para ascender profissionalmente desconhecia, por não necessidade, quais eram afinal os seus valores e um outro, espontâneo e lutador e também pai, cuja roupagem fazia crer tratar-se de um homem absolutamente baldas. e a fraca trama desenrola-se em ambiente de crime misturado com riso - uma espécie de bolo de pacote francês com cobertura de chocolate light. foi escolhido, cinco minutos antes de começar, pelo título, ai como os títulos enganam!, e precisamente por começar dali a cinco minutos. não, isso não tem nada de estranho - é a vida. e depois não é qualquer uma que paga seis euros e quarenta para ter uma sala de cinema só para si, sem cheiro de gente a tresandar a desodorizante axe nem de pipocas a roçar a semelhança ao chulé. é interessante a perspectiva de fazer rodar um filme durante duas horas para uma só pessoa. apeteceu-me fumar lá dentro, confesso. mas só me descalcei e estiquei. ah. e também dei um peido calçado, não de pantufas, de socas.
a parte melhor foi quando cheguei ao carro e, em espera, ouvi esta música.
a parte melhor foi quando cheguei ao carro e, em espera, ouvi esta música.
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