terça-feira, 28 de junho de 2011

lição de vida

quando o céu está cinzento, o verde não sobressai tanto. e é por isso que há sol encoberto: para lembrar as árvores e as ervas e as flores que a bazófia tem rédea curta.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

amor & amor & amor

ainda há quem pense, e bem, sobre o amor. e só pensa bem quem, bem, o sente ou já sentiu.

(só não vale amargá-lo - o amor não pode ser condenado porque só o é se for inocente)

double circuito

já dizia a minha avó, é o que se costuma dizer, sem nunca ter ouvido a minha, não dizia mas eu faria com que dissesse, porque a sabedoria vem de longe, pelo menos bem mais longe do que do instante, que é curto, que um curto-circuito nunca vem só.

domingo, 26 de junho de 2011

pois, está bem, por acaso, vão ter muita e boa sorte

gosto tanto de calor abrasador como de gelados - se chupar um por ano já é muito. e, depois, tanto um como outro têm a mania que me cativam, voz grossa e rouca, quando me dizem: até te derreto. pois, está bem, por acaso, vão ter muita e boa sorte.

sábado, 25 de junho de 2011

comósgatos

como os gatos, não. este gato não é traiçoeiro - é uma delícia de se ler e miar por mais.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

o ser foguete e brasileira de dicionário

acabar com os foguetes é uma medida urgente a ser tomada. os foguetes causam danos: os foguetes são barulhentos, cheiram mal e muito perigosos e nem por isso fazem com que se deixe de correr a foguetes; quem gosta de foguetes só pode mesmo ser como um foguete - artificial. é que quando há trovões o povo recolhe-se, tem medo, assusta-se com a naturalidade, com a singeleza e, no entanto, teve de inventar uma cópia reles dos trovões, uma cópia tingida e, ainda assim, sem viveza. porquê que quando sentem vontade de foguetar não ficam em casa e desfrutam dos próprios gases? há festa maior do que foguetar em privado junto dos que mais amam? façam concursos, experimentem odores, façam os gases em pino. divirtam-se a valer e mandem os foguetes atirar-se ao rio. já pensaram que se não houver quem vá para a rua as pirotecnias não dão o peido? se é uma questão de manutenção da empregabilidade nas pirotecnias não se preocupem -  elas sobrevivem para a indústria extractiva e para o nonel. faz assim: quando tiveres vontade de foguetes com gente, ligas a um amigo ou a um parente ou ao namorado e fazes o teu próprio show. e se é um barão que te falta não desanimes - há sempre um vão de escada à espera que libertes os foguetes que vivem dentro de ti.


(tenta ser brasileira de dicionário, de vez em quando - não é defeito, é ser foguete)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

pássaros de latão

são semelhanças de asas, como se boar fosse voar, imitações dos homens que não sabem  no céu andar - fazem pássaros de latão, como se deus artesão, com voo na mão: sonhar.

quero ser-me em bruto achada

não me apetece ir, não sinto motivação, à apresentação do meu próprio conto e não dormi a noite toda a pensar nisso: não fui eu quem o escreveu - foi ele que me escreveu a mim. e venceu. simplesmente não quero ver o meu ego feliz porque não preciso de ego - o ego é como se fosse outro, um outro vaidoso e prepotente, que, a viver dentro de nós, na mesma casa e numa outra assoalhada, nos lapida. e eu não quero ser lapidada. eu quero ser, continuar a ser, só eu. quero ser-me em bruto achada.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

médicas em folga permanente

não há hipótese: pela minha experiência os médicos são mais competentes do que as médicas - pelo menos comigo. são simpáticos, pacientes, respondem a tudo o que lhes pergunto e são dóceis. as médicas são, talvez em comum tenham um complexo de superioridade, cabronas. por mim, estão sempre dispensadas para gozarem a sua pseudo-superioridade à vontade. e fazerem bom proveito.

queralho?

o povo é sádico: fez da cabeça do S. João, trazida pela Rainha, que nem sequer viveu no Porto, uma festa, regada a sardinhas e vinho, para ficar. talvez daqui a meia dúzia de séculos a folia viva de outras cabeças que, no Palácio, andam a rolar, e o santo a querer alho seja o S. Bento.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Mexia? mexe. sempre.

"Porquê «mudança» e não «aceitação»? A mudança é em geral uma forma de logro. E a aceitação é talvez uma forma de felicidade."

Pedro Mexia

relva e luas

o contacto com a relva pode, muito mais do que a apreciação dos vivos pequenos (está bem, pequenininhos), resultar na apreciação dos olhos, dos teus. se te colocares de bunda para o sol, livro em sossego, e os óculos na ponta do nariz vais, entre um arranjo e outro, alcançar aquele ponto em que o efeito é de lupa. e o que vês é o reflexo dos teus olhos e da pele circundante e das pestanas - vês tudo ao pormenor e aumentado. é bem interessante: contar quantas pestanas, a sua direcção e espaços; a textura da pele e o brilho dos olhos. eu sabia que tenho os olhos muito brilhantes mas hoje tive a real noção de possuir duas luas. até merecem uma música.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

boa noite, influências africanas e caribenhas

coito e tal

ouve-se daqui, toques de ele e de ela - tão bom tão bom tão bom -, quando o mar e a rocha se amam: são os corações a pulsar que, em uníssono, sussurram espumar.

de perto se faz mesmo perto

entre um piu, piu, piu e uma onda a distância é mesmo curta - é a de misturar areia com árvore.

gentes-penedo

há gentes que são, efectivamente, como um penedo: quando uma mulher não é o feminino no seu pior, ah porque não tenho força e tal, não posso, não consigo, sou frágil, posso partir uma unha, é imediatamente tratada como um homem - o que se presume que homens-penedo e mulheres-penedo vivem colados a uma lista de potencialidades, perfeitamente ridícula, a que estão aptos e da qual, dali, não saem.

(eu havia de treinar todos os dias a carregar um touro às costas - no dia em que assumisse que, por ser mulher, não tenho força)

domingo, 19 de junho de 2011

respostas simples

 perguntaram-se o que penso de o mundo acabar. se o mundo acabar, acabou - não vejo problema algum nisso porque também já não estarei cá. e, depois, se tenho medo de morrer. se morrer, morri - terei a eternidade por minha conta para me debruçar sobre a morte.

sábado, 18 de junho de 2011

sorriso em flor

não sei o nome das flores. sei que as olhei e as fixei: aveludadas e fartas de pétalas e, todas juntas, fazem um efeito almofadinha recortada onde dá vontade de roçar a ponta das orelhas. voltei tudo para trás e fui buscá-las. quando cheguei, despi-as dos vasos apertados e molhei-as. sorriram-me. sorriram-me tanto que a cor ficou mais forte, mais fúcsia. e, depois, escolhi um vaso preto brilhante a ser penetrado pelas raizes das belas. delas. e aconteceu: sorriram em simultâneo e não voltaram a ser os mesmos - nem o cimo da mesa onde vivem, nem a sala, nem a casa. eu também sorrio mais: tenho mais um motivo para sorrir. cá em casa, há rugas de expressão.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

cetim com tule

é, por fundos nunca antes navegados, azul, mistura de doces e salgados, assim: linhas cruzadas em novo, tecido original, azul - mistura de cetim com tule.

provérbio recauchutado

às vezes o que parece é mesmo o que é.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

porquê que não queres ser marinheiro?

se há mais marés do que marinheiros porquê que cerca de um quarto dos estudantes portugueses continua a optar pelos cursos de gestão e de engenharia em vez de ir para a marinha?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

luadeira

em cornos de croissant, lua feiticeira, minga nua. e não, não é erro a nudez fazer minguar: a lua crescente gosta muito de brincar.

remédio santo e veloz

a melhor forma de espantar, quando se é obrigada a parar numa operação STOP, a polícia é dizer que abro, com muito gosto, a mala mas terá de ser um deles a abri-la em três tempos e um outro a segurar na porta para poder verificar a existência do triângulo.

terça-feira, 14 de junho de 2011

encantamento

ai como é sensual, sentidos em espiral, o tempo a ficar no branco  - como se cheiro de chuva, com relva, nos dedos: em encantamento ouvem-se segredos.

eu sei bem a diferença, e tu?




a diferença entre um  inteligente e um  pseudo - inteligente reside na inteligência: enquanto o pseudo-inteligente anda munido, cheiinho de caganço, das inteligências dos outros e as converte na, supostamente, sua - o verdadeiro inteligente vê os outros converterem, como deve ser o fluxo do conhecimento, como processo de ciclo virtuoso, a sua inteligência na deles.

(é basicamente o mesmo que ser vaca natural e ser vaca transgénica - esta última teima em pingar e deixar a sua marca postiça, elaboradíssima, nos outros)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

os homens que lavam a louça têm uma vida sexual mais activa?

ouvi a pergunta na televisão e fiquei a pensar de onde virá tal associação. ora esta questão só poderá surgir de um dos seguintes pressupostos: os homens que fazem mais sexo têm mais vontade de lavar a louça ou lavar a louça potencia o apetite sexual? dependerá do detergente que é usado ou este não tem peso algum? dependerá da parceira ou do parceiro ou este não terá, igualmente, peso? isso quer dizer que um ajudante de cozinha de hotel poderá passar metade do seu turno a foder hóspedes? ou que um marido, após um dia de trabalho, que lava a louça após o jantar passou o dia a foder com outras?  - ou que está a mostrar, à sua mulher, de forma indelével, que quer ter uma noite de sexo? quererá também significar que quando a louça fica mal lavada o homem não presta na cama? e quando é que um homem não presta na cama - quando arrota ou quando precisa de palmadas para arrotar? - e isso terá que ver com os restos que rapa do tacho? e se partir um prato, quer dizer que anda com cãibras?

estou confusa, que é isto, como podem os Mêncios do século vinte e um não serem curiosos como eu?

domingo, 12 de junho de 2011

chama

zelo vigilante desde a base até ao fundo: importa manter a chama - a que chama do eu do mundo.

um nojo de luxo

não percebo o fascínio das gentes por piscinas - elas são uma pocinha de águas, onde os corpos carregados de lixo se lavam, mornas paradas: uma banheira, de banhos, colectiva. que nojo.

sábado, 11 de junho de 2011

quase mergulho

terra, ar e água, está quase, está quase tudo para ser um turbilhão, onde está, por onde anda o fogo, que em mergulho se atira à água - ficar em terra e no ar é que não.

que delícia de mistura de sotaques

quinta-feira, 9 de junho de 2011

como te amo, Sinhã

ontem descobri algo novo que pode fazer-se quando se está fechada dentro de um carro parado que não pode ir para lado algum: pegar num lápis preto, riscos aleatórios e sem direcção, olhos fechados em movimentos abertos, ora precisão ora falta dela, e pintar a cara toda. abrir os olhos e olhar o pequeno espelho; olhar para fora do carro e ver os olhares dos outros e perceber que a vida, a minha, é mesmo isto - pintar, riscar, acrescentar, a cada dia, uma linha incerta traçada de certeza que é no meu espelho - e não nos olhares dos outros - que vivo. e, depois, arranjar uma forma, a minha forma, à medida de mim, de limpar a cara: superar, com criatividade, a falta de recursos da hora certa no sítio certo para ter a minha pele, a minha pele, as cortinas de cetim das janelas do local onde vivo, limpinha.

(serviu bem usar lenços e baton em creme para, pedaço a pedaço, remover a experiência. e quando dei conta, o carro já estava a andar. sorrisos de orgulho de mim. muitos.)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

canas de vida

águas fortes, que paradas não ficam, correm - vão, as conchas e as pedras e os peixes, embalar: para que servem as pontes, senão para serem canas que levam ao pescar?

terça-feira, 7 de junho de 2011

pedras celestes

vitrais que são anais do tempo, da glória, pedaços de luz achados sem mestre, memórias de um, de todos: pedras esculpidas da abóbada celeste.

espirrar, ventar, solar, orvalhar

muito eu gosto quando ponho um pé fora da cama e, logo a seguir, um espirro fora do âmago - isso quer dizer, apenas, que está sol e vento fresquinho. e é quando o vento bate assim, que os aromas se alastram e as flores deixam fugir as saias e deixam que ele as leve para onde quer. depois, envergonhadas e nuas, ficam a aguardar que o sol,  mas só porque as ama decom verdade, se ponha nelas.

(ou não é o orvalho da manhã o escorrer dos liquidos felizes delas?)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

naturitários

natureza, solidão: ser só não é ser solitário: sós estão os infelizes, perdidos num mar de gente; os solitários são feitos de alegria - são natureza paciente.

mamiência

ora se mostrar sapiência num trabalho inibe um colega de querer ter-me como colaboradora, com medo de não brilhar, será que mostrar uma mama seria, para ele, meio trabalho andado?

(ai que risota: toma lá um manguito esperto para ficares a sonhar com elas arrepiadinhas, balastreiro)

domingo, 5 de junho de 2011

pois: sofrimento, não.

pois, pois claro, que foi na mudança que os portugueses votaram - não foi no cromo.

(quererá isso dizer que os que não votaram quiseram mostrar, de forma equivocamente metafórica, que o país não precisava de sofrer alterações?)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

pedras ao alto

e em pintura original, aguarela de civilização, os brancos contornam as pedras, pinceladas de convicção: frias e duras são elas - borratado está o coração.

parágrafo à pombarreia

não é que eu tenha alguma coisa contra a merda nem contra pombas  mas, atendendo ao facto da merda de pombas ser um veículo incrível de enfermidades, gostava de dizer à puta da pomba que caga sempre no mesmo sítio, no meu terraço, que cague uns metros mais ao lado e, desta feita, cagará nas flores e nas árvores e até na cabeça de algum esquilinho que vá a passar, que cague na natureza e deixe o cimento em paz, com certeza a ela não lhe fará diferença, a natureza agradece, e eu, eu, não tenho de a mandar para a puta que a pariu por mandar pombarreia para a língua da minha menina. obrigada.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

amor, electrodomésticos e vómito

nunca percebi a coisa de se comprar coisas às prestações com juros - principalmente porque essas coisas que se compram raramente são coisas importantes e de primeira necessidade: são coisas, coisices, que o povo quer, porque quer, ter. são mentalidades. ou melhor, são materialidades. de certeza que no amor o povo não pensa assim: dar e receber a cada dia com juros, por ser importante e valiosíssimo, por ser algo vitalício e, por isso, arduo. pensando bem, as gentes estão para o amor como estão para os plasmas: compram em prestações com juros só para poderem usar, até o novo modelo sair, o comando de 69 canais. depois compram outro e, fodidos, aliam os dois créditos só para poderem dizer que têm plasma, plasma que lhes faz companhia à distância de um sofá. e, depois, perante o plasma, estabelece-se uma indiferença cortante - mas só porque um amigo fala muito no novo frigorífico que faz leite fresco todos os dias. é: o amor das gentes (chama-lhe amor, chama; chama-lhes gente, chama), tem muito de electrodomésticos. só que, neste caso, o povo compra-o a pronto, com manual de instruções e com garantia de dois anos - é o regime consumista ideal de uma sociedade perfeita. e o comando é, não meo, teo.

(vou vomitar e já volto)

terça-feira, 31 de maio de 2011

a essência do rissol

os meus rissóis são gigantes e gordos e suculentos: o recheio é cozinhado com azeite e em lume brando; a massa, tenrinha, é pacientemente trabalhada e o pão ralado é, vezes sem conta, peneirado para não deixar passar os gomos que o ovo deixa. nos rissóis também se vê o carácter, a essência, das gentes.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

vacas loucas, pitos malucos e pepinos chanfrados

pronto, agora vai começar a febre do pepino. primeiro começou nas vacas, depois passou para os frangos e agora chegou ao pepino. os portugueses primam pela prevenção: ouvem falar nas vacas loucas e viram-se para os pitos; ouvem falar nos frangos malucos e viram-se para as vacas loucas. e, agora, ouvem falar nos pepinos chanfrados e vai tudo para o tomate. os portugueses primam pela prevenção - mas não no que devem: continuam a beber que nem cachos quando vão conduzir e a charrar em busca da paz para sorrir; continuam a foder sem protecção porque, paradoxalmente, não querem proteger o tesão; continuam a deixar-se formatar pelos meios de comunicação para não terem de usar o neurónio da razão. e depois o sol, ah o sol, idolatrado pelos portugueses - os portugueses deitam-se ao sol e regam-se com óleo de jibóia para ficarem castanhos (castanhos e podres), primeiro vermelhos ao estilo pimentão, e sexys e, depois, fazem campanhas a propósito do cancro da pele. quê, fumar mata? mata: fumar mata a loucura das vacas, a maluqueira dos frangos e a chanfradês dos pepinos - ou não é verdade que a carne fumada, a de quem fuma, preserva-se muito mais e aguenta-se firme à putrefacção?

domingo, 29 de maio de 2011

reticenciar

entre um olhar e outro há sempre um ponto que é fixado: é o ponto depois de um e do outro.

(são as reticências)

sábado, 28 de maio de 2011

sombras de sol

sombras para que vos quero, danado do sol a dizer, senão para chamar-vos a mim, a eles, não fosse eu quente e ardente - com olhares, tem vezes, de tristeza contente.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

confevoar

flutuo, trespasso pela maré em bicos d' asas, sem esforço: a água é um espelho d' alma fresca, eu confesso.

sinhãsofia

não há como ter olhos de Sinhã e começar o dia assim:


quinta-feira, 26 de maio de 2011

alcovéu

entre o que se sente e o que se faz não há, para muitos, céu: o céu é a alcova da paz.

pre sente

não há, oxalá haja, mas não sei, até pode haver melhor, mas para mim o melhor é o que conheço, como pode não ser, a vida é o que acontece, como a mistura do cheiro de sol com mar e árvores e flores: cheira a presente que o futuro, futuro que o pariu, é uma invenção dos homens e das mulheres deficientes de vida.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

caravela

caravela em terra, sonhos ao alto, que navega as águas dos céus - arranha-os com janelas e com varandas: entra nos olhos teus.

kudurar

é muito fácil: meditar pode ser uma dança, que abana até à exaustão, que cansa - descanso da alma em balsa.

terça-feira, 24 de maio de 2011

acerrar

não está certo conhecer pessoas erradas: o erro é, estou certa, um acerto do engano.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

gentitutas

nem sei se lhes chamo gentes: são humanos que se vendem, contentes, que se deitam para subir, que fingem bem o sentir, que para serem o que não é ser se deixam ir. e vão - além, ficando sempre aquém; e são - ninguém, sombras do além. e o desgosto de deixarem ficar, de deixarem passar, aparece: na pele de quem não tem preço, de quem se é sem prece - na vida de quem sente a morte e sabe que quem se vende assim, não presta para a sua sorte.

rugas, precisam-se

não vai tardar nada e, por estes dias, os liftings estarão acessíveis às gentes, nos centros comerciais, tal e qual como os arranjos rápidos de costura: remenda aqui e cose ali. e os rostos, como roupa nova em domingos de missa, não irão carregar as marcas do tempo - rostos sem histórico, tecidos andantes, peles mexidas e penetradas com técnica, com métrica - rostos que irão ser coitos, meros coitos, de ejacular o fora.

encharcar, digo eu

em nome do meu, da dela, e é já que se faz tarde, espinhos doces e lágrimas ardentes, saias risonhas de olhos contentes - no meio há botão, ponto s que também é c, molhado está o sexo: de encharcado o coração.

acordar, cantam eles

 o chilreio dos pássaros, concertos meiguinhos de bocas pequenas, é acordar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

tripa à moda de Sade

ora se a tripa que o Marquês de Sade colocava na pila, sífilis em medo, para funcionar como contraceptivo, está em exposição no Museu da Farmácia é porque seria, de facto, eficaz. como será que ele lavava a tripa? será que lhe dava, antes de usar, uma cozedura para ficar mais tenra e sentir mais? ou, pelo contrário, a refrescava para o aquecer ser em lentidão? será que o Marquês de Sade, como escritor e artista que foi, afinal usava, masoquismo erecto, a tripa alternadamente nos dedos das mãos para evitar a doença cardiovascular que dizem ser o amor ou, sadismo pujante, colocava a tripa na pila para foder e a tripa nos dedos para viver?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

afinal, o trabalho seguro mata

voz de sofrimento, a dela, ao telefone. justifica porque não ligou nem respondeu aos emails; complementa a justificação por estar mentalmente afectada, que está sem trabalho e o que tem - já facturado - não o consegue terminar. diz que se sente perdida, carreira profissional em precipício, sem auditorias para fazer; arrasta a conversa para o psiquiatra que lhe administrou medicação e com a qual se sente ainda mais inibida para trabalhar; comenta, orgulho ferido, que depender do marido é que não pode ser.

desabafos, justificações, cansaços. e eu, que não vejo a vida senão insegura, sem certezas e sem portos, disse-lhe, com o melhor de mim: fecha o escritório e só voltas a lá entrar quando (e se) te sentires capaz. quando acordares de manhã, fazes de conta que tens uma perna partida e logicamente não podes usar saltos nem andar: também é assim com o teu cérebro - está doente e precisa do sofá. e depois existe a vida, o amor, a pintura - existe tudo aquilo que escolheste, por opção, dedicar o menos tempo possível. não estará a vida a dar-te uma oportunidade de reafectares o teu tempo? não andarás, há tanto tempo, a viver para o trabalho, a canalizar para papéis, simples papéis, a tua vida? a vida é o trabalho? e essa dependência que falas, falas do que é de verdade um casamento? para que serve um marido senão para ser braço e cérebro e sangue e suor e lágrimas e riso e, sim, mealheiro? e o teu filho, há quanto tempo não o ouves e não o mimas? e pintar, tens pintado?

e depois de desligar, penso mais ainda na tristeza da modernidade: as mulheres recusam-se a passar tempo no lar e a partilhar dinheiro do marido porque têm medo de não ser modernas; os homens não podem chegar cedo porque têm medo que as mulheres pensem que estão a ser, démodè, dedicados; os filhos têm vergonha de levar os amigos para casa porque a mãe não está a trabalhar e a dedicação à casa é sinónimo de ignorância. o que é isto? onde está a importância real da vida, é no trabalho? é no trabalho que as pessoas modernas se realizam e se vivem e se morrem e se vêm? é o trabalho que dignifica as gentes ou antes as gentes que dignificam o trabalho?




e fiquei triste, por reconhecer nela tanta gente. e fiquei contente, por não me reconhecer nela nem em tanta gente.

querem o poder de chegar ao cume da montanha

o cúmulo do machismo é a ejaculação precoce masculina.

(conclusão, a minha, depois de ler que 95% dos homens, em todo o mundo, a tem)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

estômago curioso

coisa bonita de se ver - o ratão cheirando o que ninguém quer, ocioso, por ocasião. e não, não é ladrão: é estômago curioso.

chuva que despe

o outro lado, há sempre o outro lado, da sensação de liberdade e bem estar que é andar sem soutien, o soutien foi, com toda a certeza, inventado por alguém absolutamente frustrado, é o riso pudico provocado pela repentina chuva, chuvona, que deixa semi-nuas as flores dos montes agrestes. e é a chuva aque me faz parar para sentir. e é a chuva a única que me faz correr para esconder as flores, as minhas flores.

terça-feira, 17 de maio de 2011

corpo de céu

zástráz, que os céus berram assim, goelas de bocarras sem fim: engolir as selvas de pedra, putas sem eira nem beira, polidas de homens armados, cimentos, artistas dos tormentos - zástráz -, o céu também tem intestino, entranhas em momentos. e rim.

corpo-rei

o corpo é de uma sabedoria imensa. e, por isso, a natureza não me deu a responsabilidade de me lembrar de respirar porque por um dia, um dia que fosse, eu esqueceria.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

serorpo, seralma

deixa-a ser, só ser - contorno de luz que te seduz o fundo do corpo e da alma: deixa-a sorrir, deixa-a brilhar, bem como quando, feminino, o rio corre para o mar.
o meu livro de receitas de fazer pão desapareceu da segunda gaveta. sim, poderia estar na primeira ou na terceira ou na quarta ou na quinta - mas não está. suspeito que durante a noite andei a sonambular. suspeito. mas o que são as suspeitas senão os ingredientes?, o pão, onde está o pão? e se ficar alerta como posso verificar se sonambulo?

domingo, 15 de maio de 2011

abraço sem embaço

laços, que abraços, que amassos, são traços de líbido, não há embaço, a gritar: traços de laços, amassos, abraçados, sem cansaço, de abraçar.

sábado, 14 de maio de 2011

assento de amor-gaivota

não pode não ser cinzento o amor que mora em assento - abaixo do outro olhar: o amor-gaivota que fica em baixo, por baixo, sem asas, vê-se por cima, de fora para dentro, a parar.

as metáforas do talho

peço que me pique frango com chouriço, fica mais gostoso, para fazer bolonhesa; peço perú aos bifes, peço frango sem pontas. peço tudo o que tinha de pedir e pago. quando chego a casa, vejo que não paguei o chouriço e que ainda, sem eu ver, meteu mais duas no meu saco. em tempos de crise ainda há quem ofereça três de chouriço, pensamento a fluir por entre o embalar e o congelar das carnes. e agora percebo porque não posso sorrir nem usar decotes enquanto faço compras: as metáforas do talho são mesmo fodidas para me foder. foda-se.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

ser fortaleza

estou decepcionada: afinal consigo ser ainda mais forte do que o que sempre soube que sou.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

solmunda

e nem preciso de bússula para saber onde fica: segue o cheiro do mar, onde restam os fundos, onde se vê o por dentro das minhas e das tuas - o sol é sempre, tal e qual, a blimunda sete-luas.

os sonhos são reais, ouviste?

e dizem que os sonhos - ou os pesadelos - não fazem parte da realidade. fazem, sim: como negar e justificar a origem da trasnpiração ou da alteração dos batimentos cardíacos ou da respiração? o sonho é, ouve bem, o horizonte que se vê ao seu redor, que não existe em parte alguma, mas que pode ser visto de todos os pontos em que se encontra.

terça-feira, 10 de maio de 2011

cor-de-rosa-que-corre

porque o amor trepa - por detrás, que é também a frente, do que é ser árvore:
ser árvore é ser raíz e ser tronco,
é ser rosa no cimento do conto;
é ser a casa onde se vive e se morre - é por tudo o que em nós corre.

mensagem rápida para amar sem demora

decidida, como sempre é e foi, escreve-lhe assim: meu amor, encontramo-nos a meio do caminho - naquela cidade mágica que tu sabes. levo tudo o que preciso: amor, fome, sede, satisfação e liberdade.

e, depois, contou-lhe o seu pensamento - como ela adorava a fusão de pensamentos - para quando estivessem juntos, explorarem em conjunto: (deve ser fodido para ele - ver que o que sempre quis e que nunca pensou que eu quisesse também, agora estar a acontecer. mas com outro. com um amor real. contigo. não contarei as horas para estarmos juntos, simplesmente porque - perante ti - o tempo não existe.)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

saia do dentro

tímidos são os olhares de baixo para cima, olhares que entram na saia-menina, rubros de tanto corar: e fica o coração à janela: o que está por dentro da saia que é dela.

blogues pseudo-democratas

eu juro que não entendo os blogues cujos comentários são triados antes de saírem ou serem censurados. que ricos apoiantes da liberdade, os que fazem a gestão desses blogues. e depois ainda se dão ao luxo de fazer terminar as discussões no comentário que mais lhes convém - no remate da sua própria opinião. são uns ditadores, os donos dos blogues que praticam a censura; são uns absolutistas absolutamente ridículos.

(e não falo de eliminar comentários que atentam, eventualmente, contra a integridade dos autores e/ou comentadores - que isso já eu fiz e farei se preciso for - mas de escolhê-los. que rica democracia.)

espasmos de sol

e os montes. ai os montes que são mulheres deitadas ao sol - embriagadas de uvas dos campos, que verdes são espasmos de amantes.

a falta de paixão é a desculpa dos que não a sentem

(a propósito do que li ontem sobre os casamentos durarem com base na confiança - porque a paixão morre)

sentes-te confiante?
sim. e tu?
também.
óptimo, então vamos fazer amor - como irmãos.

não as usem: obrigada.

engraçado como as gentes confundem tudo: a homossexualidade sempre existiu, mas agora está na moda. e se está na moda, não é de bom tom ter uma opinião desfavorável sobre alguma coisa que pretendem. e se assim é, somos acusados de preconceituosos. eu quero lá saber se vocês gostam de pataniscas ou de arroz de pato, de homens ou de mulheres. uma coisa eu sei: se depender de mim, não vão poder nunca adoptar crianças - as crianças não têm de apanhar com as vossas modas e já lhes basta terem de crescer sem um dos pais quando um deles morre ou se divorcia. eu preferi crescer só com o meu pai, e com as ausências que isso trouxe, do que crescer com dois pais homens ou com a mentira de que o outro era a minha mãe postiça. havia de ser bonito, eu entrar no quarto deles ao domingo de manhã, como fazia sempre com o pai e com a mãe, e perceber que afinal o normal é um homem chupar na pila de outro homem. e depois, na escola, a professora perguntar-me como nascem os bebés, e eu dizer que nascem quando um homem vai ao cu a outro homem. e depois, mais tarde, já crescida, e quando percebesse que afinal não é nada assim, teria de perceber que cresci a perceber tudo mal - e que afinal o meu pai, que tinha casado com a minha mãe e tinham tido filhos, passou a gostar de gajos depois de ela morrer - ou então que já gostava mas viveu uma mentira. foda-se. coitadinhas das crianças.

(as crianças são crianças, não são atrasadas mentais. não as usem: obrigada.)

domingo, 8 de maio de 2011

cus heróis

"o homem que matou Bin Laden tem entre 26 e 33 anos, é musculado, com calos e cicatrizes."

(e caga. mas só deve conseguir cagar numa banheira - são assim os cus dos heróis do mundo)

os animais domésticos são uma óptima opção

se a natureza quisesse brindar os gays com a alegria de terem filhos, tinha dado a possibilidade aos homens de gerar e amamentar e, às mulheres, a capacidade de gerar sem  a seiva do pénis. no fundo, no fundo, tal demonstra uma enorme frustração que vem da não aceitação deles próprios - de outra forma, nem os homens quereriam ser mulheres nem as mulheres quereriam ser homens. está tudo ordenado, e bem, pela natureza.

sábado, 7 de maio de 2011

fazer para eu ler

entre o que se diz e o que se faz, comunicar é essencial mas parece não ser simples nem fácil, está a sinergologia: deixa-me ver os teus gestos e dir-te-ei o que pensas.

mar que as pariu

percorrem uma ponta à outra, são pontes - as que interditam os muros. porque os muros são cegos e querem cegar: as pontes que vivem para ver e olhar, sem muros, o mar.

ai que gosto tanto e já não me lembrava de ouvir


lençóis, olé!

regra geral, e pelo que se vai - ali e acoli - ouvindo, as gentes fazem a muda dos lençóis uma vez por semana ou até por quinzena. ora, se deitar o corpo, que carrega a alma, em roupa com cheiro de lavado e fresco, com cheiro de água, é das melhores sensações que conheço, mudo a minha cama quase todos os dias - e digo quase porque há dias em que mereço castigo por estar preguiçosa.

(o corpo e a alma, com este miminho todo, olé!, cada vez gostam mais de mim)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

não estiveste lá, Alvim: venha o Sócrates e escolha

e o impossível aconteceu (e não, não me refiro ao facto do Alvim conseguir ter em estúdio o Primeiro Ministro, ou um quase-ex Primeiro Ministro, ou o gestor - que está no meio da ponte - da nação, não sei bem o que lhe chamar): quase tudo se perdeu. perdeu-se a oportunidade de conduzir uma conversa interessante com um homem interessante como é o José Sócrates. o Alvim estava nervoso e nem se preparou - apostou no improviso, dificílimo de conseguir, e foi o José quem agarrou no comando (e até aqui ele controlou e não disse se da meo ou da zon) e disse exactamente o que queria. só por isto, por esta exibição de poder, ele já merece ser, não o primeiro, mas o último - o último a sair. 

e depois o seu sorriso. José tem um sorriso, rasgado, bonito - um sorriso que rasgou qualquer tentativa de passar a fronteira do que é a graça engraçada da kitschada: mais um ponto, ou mais um voto, a seu favor. 

bem visto, e a avaliar pela camisa branco-fraco-tecido do entrevistador, ele, o José, foi um verdadeiro convidado de luxo, sentado num restaurante contemporâneo, a ser servido por um empregado de mesa que não alinhou nem escolheu a ementa. e ficou tudo por conta do apetite do José; e ficou tudo por conta da casa. ora, quando queremos aplicar aquela questão do estou farto de falar de mim, falemos de ti, o que pensas de mim?, não será conveniente fazer o estado da arte daquilo que queremos que quem queremos que diga, diga? pois. e nem com o amor te safaste, Alvim. e nem te safaste quando viste que o José não se estava a safar com o amor. e foi, basica e insufiientemente, isso: não estiveste lá, Alvim. ou não sabes que é preciso amor em tudo o que fazes para ficar tudo feito e não, como ficou, por fazer?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ideia IKEA

depois de comer uma pêra há quem se lembre de arrotar. já eu, lembrei-me que um dos grandes benefícios da crise é a optimização da gestão de talentos. bem visto, ao haver uma eliminação de gentes-acessório e valorização das gentes essenciais, as empresas andam a adoptar uma filosofia IKEA.

(não queres agarrar nesta minha ideia, José Ramón Pin, para completar essa tua teoria de gestão de RH?)

pastichar não, obrigada

acabei de conhecer uma palavra nova. e eu, que tenho olhos que se são e não pasticham, tenho mesmo de dizer uma coisinha: hoje em dia, quem não pasticha não petisca. até se me enrolou a língua, carago.

prisão, canudo

o principal motivo por que a geração (à) rasca escolhe tirar uma licenciatura é o de assegurar,  em caso de ter de frequentar um estabelecimento prisional, um tratamento especial.

natureza perfeita

as flores escolhem abrir e fechar e deixar as pétalas cair, em natureza perfeita, porque sabem que o futuro não existe.

tesão, O

a luz que passa na escuridão é como um desejo em lentidão: a forma fálica de O tesão.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

luzes com gentes dentro

são cimentos crescidos de sonhos ou sonhos que em cimento ficam, mas são - são passados presentes de gentes, são luzes com gentes por dentro: são vida a querer viver sem vidas que trazem lamento.

portento

está um pinheiro a crescer no parapeito da minha janela, fruto das sementes dos outros que a ventania arrasta com ela. é, portanto, o meu pinheiro portento.

apamar

vidaquecorresparaamortecomooriocorrepr'ómar: naprimeirasempreseresisteeasegundaédequemaapanhar.

terça-feira, 3 de maio de 2011

antes de Darwin...

quando a terra acordou das trevas, os princípios elementares subtis produziram a semente vegetal que animou o reino vegetal - em primeiro lugar; depois, as plantas: a vida (íntima) transferiu-se para corpos fantásticos que se desenvolveram no ilus das águas; então, através de uma imensa cadeia diversificada de formas animais, ela chegou, por fim, ao Homem. (Mãnava-Dharmasãstra ou as Leis de Manu, Livro I)

depois o gajo, o Charles, agarrou esta ponta e desenvolveu as suas ideias convencendo a comunidade científica acerca da evolução com base na selecção natural e sexual. não podia ser de outra maneira porque desde tenra idade que a ele só lhe dava para coleccionar minerais,insectos e ovos de pássaros, caça, cães e ratos.

(e agora eu estou a pensar em que teoria posso fazer um brilharete se só me dá para coleccionar dentes)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

mãe de mim

ai o calor, ai o abraço!, ai descanso do meu cansaço.
ai, amor, do quente e do frio - olhos que fazem do medo esguio.
ai de mim que não me cresci! ai de ti, mãe de mim, trigo da foice, de verde tom - das rendas e do baton, que nua me deixaste, vestida para os montes de mim, do fundo, lágrimas, sorrisos e sonos: cigana do melhor do mundo.


Fábrica de Letras

esperanças à janela


são janelas de veludo, são, onde meiguinhas respiram paradas: as asas dos sonhos do mundo que dançam esperanças caladas.

vem dai: eu digo-te como é

queres tê-las  fortes e duras e saudáveis e não sabes o que fazer?

faz assim: sempre que decidires dedicar-te, espeta-as nas cabeças do alho e esfrega com gana até ficarem húmidas. depois, passa-as por água e de seguida mete-lhes quilos de creme até este ser absorvido na totalidade. se fizeres isto regularmente, as tuas unhas agradecem.

domingo, 1 de maio de 2011

amor a condizer

como se de vestido novo, de riscas amarelas, a estrear, ela pousa, no amor a condizer, em tragos de chupar: em torno nada existe, tudo cresce: porque beijar uma flor nunca pode ser triste.