são como são as coisas. há um dia ou outro, e um dia a seguir ao outro faz todos os dias, que pergunto por que isto ou aquilo é assim - pergunto a mim ou aos outros ou ao ar, perguntar ao ar nunca dá bom resultado talvez por este ser imenso e as perguntas se espalharem nele; perguntar aos outros também não é o melhor porque os outros não querem saber das minhas perguntas. e os dias que supostamente são equilibrados são aqueles quando, precisamente, nos ficamos por nós, como se fossemos uma concha fechada e dura impermeável ao exterior. supostamente o equilíbrio nasce da sensação de não precisarmos de nada nem de ninguém. supostamente. e essa é a maior mentira de todos os tempos, a capacidade de nos auto-convencermos que nada nem ninguém nos toca no melhor nem aflige pelo pior. é este o equilíbrio mais desequilibrado que há. e eu, amante da verdade, sou uma desequilibrada e, por isso, diariamente me atestam - por actos, palavras ou omissões - que preciso de um colete. a mim parece-me que só preciso de forças.