segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

(Through the Looking Glass (?) - and what Alice found there)

confundir emoção com sentimento é frequente. desmistificar a confusão é, no entanto, simples: enquanto a emoção surge num movimento de dentro para fora expressa por indícios corporais como linguagem facial e alterações vaso-motoras, o sentimento é eminentemente interior embora possa surgir da emoção e também gerá-la. existem as emoções primárias, aquelas mais selvagens e que não sofreram com o dedo social, onde cabem a alegria, a tristeza, a cólera, a surpresa e a aversão. já nas emoções secundárias, sociedade mestra, figuram a vergonha, o ciúme, a culpa e o orgulho. não havendo consenso optei por escolher estas - tanto para as primárias como para as secundárias - por considerá-las as mais representativas. 

sem querer perder-me no que quero falar, que é da importância das emoções na comunicação à distância, importa referir que constituem a maior, e melhor, valia na detecção dos afectos. obviamente que através de um computador serão poucos os que não manipulam o que escrevem, ou dizem, forjando muitas vezes emoções - e os que não o fazem sentirão, na comunicação, um deserto afectivo não obstante, evidentemente, a intuição de cada um relativamente à falsidade ou veracidade das mesmas. e foi por isso que surgiram os emoticons, para aproximar um pouco mais a conversa à emoção. se por um lado o seu uso excessivo pode causar ruído e efeito contrário à intenção da sua utilização, por outro a completa ausência - quer dos emoticons quer de linguagem que demonstre claramente emoções - gera ineficácia naquilo que é, de facto, comunicar. 

sistemas tecnológicos como o touchphone, lumitouch, pressuremouse, sentic mouse, affective colour, affective, emoto, visions of the future, emotion containers, hot badges, kid pagers são tentaivas de tornar, cada vez mais, a comunicação interpessoal mais e mais eficaz em que as emoções são mediadas pela tecnologia - o que reforça a importância enorme que elas, as emoções, têm nas nossas vidas. toda esta importância dependerá, certamente, se o utilizador se serve da tecnologia apenas como ferramenta ou como espelho e será isso que condiciona a exteriorização, ou não, do dentro e isto levanta um outro assunto, que é do mesmo, relacionado com a identidade na cultura da simulação. fica para a próxima.